Sem-terra ocupam Ministério do Desenvolvimento Agrário e querem audiência com Dilma

Segundo José Damasceno, ocupação abre a ´jornada de luta´ na campanha do Abril VermelhoIntegrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na manhã desta segunda, dia 16, o prédio do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) em Brasília. Segundo José Damasceno, da coordenação nacional do movimento, a ocupação teve início às 5h40min e abre a "jornada de luta" na campanha do Abril Vermelho.

Segundo Damasceno, o MST quer que “a presidente Dilma Rousseff marque uma audiência com os trabalhadores”. A avaliação do ativista é que o governo, após de mais de um ano da posse, não iniciou a reforma agrária, por “falta de prioridade política”.
Na opinião de José Damasceno, o Palácio do Planalto tem demonstrado que “quer desenvolver o Brasil”, mas para isso “é preciso resolver uma dívida social”, disse se referindo à concentração da propriedade de terras no país.

– A reforma agrária é uma medida social e produtiva: aquece a economia, gera renda e ainda aumenta a produção de alimentos – declarou.

O MST deverá fazer ao longo da semana outras ocupações de terra e de prédios públicos (como as delegacias do Ministério da Fazenda e as sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra – nos Estados), informou Damasceno à Agência Brasil.

Em nota, MDA afirma que buscará reintegração de posse

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) divulgou nota oficial no início da tarde desta segunda informando que só irá retomar negociações com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), iniciadas no último dia 11, depois que os manifestantes liberarem o prédio.

A nota, distribuída pelo ministro da pasta, Pepe Vargas, acentua que já estão em andamento “medidas jurídicas cabíveis para reintegração de posse que garanta a normalidade de funcionamento” dos três ministérios instalados no bloco A da Esplanada dos Ministérios, endereço do MDA. Também ocupam o prédio os ministérios do Esporte e das Cidades, além da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

A nota termina dizendo que, depois da desocupação, “será dada continuidade aos entendimentos, dentro do espírito democrático e republicano que é a marca” do governo. O MST promete ficar acampado na área e estima que até esta terça, dia 17, o protesto será ampliado com a presença de 2 mil trabalhadores no local.