Com o lema “Lutar não é crime”, o MST exige o assentamento das 90 mil famílias acampadas em todo o Brasil. De acordo com o movimento, a ação cobra os compromissos assumidos pelo governo federal depois da jornada de agosto, que ainda não foram cumpridos.
Os manifestantes também pedem acesso aos programas de governo, como crédito e habitação rural, e a revisão dos índices de produtividade.
? Até agora por forças contrárias à reforma agrária dentro do governo isso não aconteceu ? afirmou o coordenador nacional do MST, Luiz Afonso Arantes.
Em agosto do ano passado, o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário acertaram com os sem-terra que os índices utilizados para desapropriar terras seriam atualizados. Polêmica, a proposta causou reações entre os ruralistas e, até mesmo, dentro do próprio governo e agora está parada na Casa Civil.
? Nós somos a agricultura empresarial com os melhores índices de produtividades do mundo. Hoje nós competimos em pé de igualdade e, em muitos produtos, estamos superiores aos americanos. Exigir, portanto, que uma propriedade tenha um índice determinado de produtividade é desconhecer como funciona o mercado e a economia ? afirma o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
Por meio da assessoria de imprensa, o Incra disse que só abrirá negociação quando o prédio for desocupado. A sede do instituto na capital paulista, nos Campos Elísios, também foi tomada na manhã de segunda por cerca de 500 integrantes do MST vindos de vários acampamentos e assentamentos de São Paulo.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) instalou um gabinete de crise para monitorar as ocupações promovidas pelo MST. A ação faz parte de uma campanha lançada na semana passada contra as invasões, especialmente durante o abril vermelho. Ps sem-terra, por sua vez, acusam a entidade de tentar criminalizar o movimento.
A sede do Incra na capital paulista, nos Campos Elísios, também foi tomada na manhã de segunda por cerca de 500 integrantes do MST vindos de vários acampamentos e assentamentos de São Paulo. Segundo o movimento, os manifestantes entraram no prédio pacificamente por volta das 7 horas e, às 11h30, estavam concentrados no saguão. O grupo defende a permanência de escolas nos assentamentos do Estado.