? Vamos romper cercas, ocupar propriedades, montar acampamentos na área rural, fazer caminhadas e ocupar prédios públicos nas áreas urbanas ? antecipou.
Amorim conta com o engajamento de 30 mil assentados e acampados em todo o Estado – números do MST – nas atividades. No ano passado elas se limitaram, segundo Amorim, a 17 ocupações de terra. Ele não citou os municípios nem os prédios que serão alvos da jornada.
Pelo menos três fortes razões levam à estratégia da radicalização, de acordo com Amorim: o fato de o governo não ter realizado nenhuma desapropriação de terra ou assentamento de famílias em Pernambuco em 2009, por 2010 ser ano eleitoral e o fim do “efeito desmobilizador” provocado inicialmente por benefícios sociais como o Bolsa-Família.
? “O Bolsa-Família teve o efeito de retardar a ação dos trabalhadores como uma represa que agora deve transbordar.
Na sua avaliação, por maiores que sejam as dificuldades enfrentadas pelos 250 assentamentos pernambucanos – com 14 mil famílias – seus integrantes gozam de uma situação melhor que a dos acampados.
? Os assentados têm as mínimas condições para sobreviver ? diz.
No dia 17 de abril de 1996, 19 sem-terra foram mortos no chamado “massacre de Eldorado dos Carajás”, no Pará, pela polícia, quando protestavam por reforma agrária na rodovia PA-150.
Em memória às vítimas e para denunciar as desigualdades no campo, o MST reforça todos os anos suas jornadas de ocupação de terra em abril – o chamado “Abril Vermelho”.