Na Universidade, se aprende que a busca pelo desenvolvimento sustentável é o caminho a ser seguido, e os alunos mostram que a preservação ambiental pode ser feita através de iniciativas simples. Mudas de árvores serão distribuídas enquanto durar a programação da semana de agronomia. É uma maneira de compensar o carbono emitido durante a produção e a realização do evento. A pós-graduanda Eiriane Martins levou duas mudas e aprovou a ideia dos estudantes.
? Essa sensibilização é muito importante para as pessoas, para podermos melhorar ? declarou.
Como o tema central do encontro é sustentabilidade e produção, as discussões vão além. Envolvem especialistas, produtores e, é claro, os acadêmicos, que acompanham atentamente as palestras. Aprendem, por exemplo, que o manejo correto do solo é fundamental para a conservação tanto da terra quanto da água, que são recursos essenciais para as atividades agrícolas e que podem ser preservados através da adoção de práticas corretas no campo.
? Práticas que o agricultor deve desenvolver no dia-a-dia, fazendo com que estas práticas sejam efetivas na conservação. Não fazer semeadura morro abaixo, fazer em nível são práticas de custo zero. Cuidar da umidade do solo para evitar a compactação, que causa erosão e uma série de problemas. Plantio direto, com palha, para evitar velocidade da erosão, melhorar matéria orgânica, beneficiando infiltração de água, todo um ciclo. Práticas simples que o agricultor deve estar atento, como nosso dia-a-dia, em que temos práticas simples ? disse o professor Flávio Luiz Foletto Eltz, da UFSM.
Além de tentar promover a união entre sustentabilidade e produção agropecuária, a Semana de Agronomia busca ampliar a integração entre o homem do campo e a teoria que é difundida na Universidade. A meta é aproximar produtores, professores e alunos. O objetivo é tentar fazer com que esta troca de experiências e informações traga benefícios para todos os integrantes deste segmento.
Responsável técnico de uma das principais empresas produtoras de soja e algodão de Mato Grosso, Cid Reis falou sobre as experiências com o plantio de algodão adensado. Também apresentou um panorama sobre as atividades desenvolvidas pelo grupo e reforçou a importância da construção de uma ponte entre o conhecimento produzido na academia e as demandas de quem está no campo.
? É muito importante. A gente enxerga a experiência dos EUA, onde lá as coisas saem praticamente de dentro da Universidade para o campo. Aqui no Brasil isto tem que ser ampliado, temos que transformar as Universidades em verdadeiras geradoras de tecnologia ? avaliou Reis.
Para encurtar a distância entre a teoria e a prática haverá um painel com quase 50 trabalhos científicos. Entre eles, estarão alguns que apresentam prováveis soluções para os desafios de muitos agricultores: conseguir reduzir as despesas com adubos sem comprometer a produtividade da lavoura.
? Definir onde e como aplicar a melhor dose sem desperdício. Isso você vai pegar uma área grande e definir onde precisa aplicar mais e onde precisa aplicar menos, principalmente no custo de produção. Isso é uma forma de responder à demanda dos produtores e ampliar a interlocução entre a academia e o setor produtivo ? diz o professor Ricardo Santos Silva Amorim, da UFMT.
Entender a realidade e as diferentes necessidades do campo é conteúdo fundamental para a boa formação de futuros profissionais. Alunos como Marco Antônio sabem que é através de encontros assim que a produção de uma boa safra de novos agrônomos pode ser garantida.
? Quando vamos para o campo nos deparamos com outra realidade, por isso propomos a participação do produtor, para que possa haver um entrosamento maior e consigamos levar para o campo o conhecimento que adquirimos aqui ? defendeu o aluno Marco Antônio Ribeiro de Oliveira.