Com o dólar comercial renovando as máximas históricas e rompendo a casa de R$ 5,60, o mercado brasileiro de soja teve uma semana de grande movimentação e forte aumento dos preços. Algumas praças chegaram a registrar um incremento de até R$ 4 por saca. Um levantamento da consultoria Safras & Mercado, junto às principais praças de comercialização do país, indica que ao menos 800 mil toneladas foram negociadas nesta semana, podendo chegar até a 1 milhão de toneladas.
Mercado físico em alta
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 97 para R$ 100. No porto de Rio Grande, o preço pulou de R$ 102 para R$ 105. No porto de Santos, de R$ 100 para R$ 103,50
Em Cascavel, no Paraná, o preço passou de R$ 93,50 para R$ 97 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca aumentou de R$ 101 para R$ 104,50. Em Rondonópolis (MT), a saca subiu de R$ 90 para R$ 94. Em Dourados (MS), a cotação avançou de R$ 84 para R$ 87.
Dólar em alta
O dólar comercial disparou 9,1% esta semana, ante a sexta-feira passada. Em âmbito interno, os problemas políticos, com as especulações sobre o futuro do ministro da Justiça, Sergio Moro – que acabou pedindo demissão nesta sexta-feira, 24 -, desestabilizaram o mercado. No exterior prosseguem as preocupações com o efeito da pandemia do coronavírus sobre a economia mundial. No início da semana, a cotação era de R$ 5,23, e até o fechamento desta reportagem, R$ 5,71 (15h20).
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Chicago fecha semana em alta
Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros chegaram a bater nos menores níveis em 11 meses, quando bateram nos US$ 8,08 por bushel. Houve uma recuperação no meio da semana, por conta da retomada das compras chinesas no mercado americano, que segundo o USDA os chineses adquiriram recentemente 606 mil toneladas de soja dos Estados Unidos. E acabou fechando a semana praticamente estável, ou seja na casa dos US$ 8,32 por bushel.
Tendência pra semana
Segundo o analista da Safras & Mercado Luiz Fernando Gutierrez, a próxima semana promete muitas emoções, com boas chances de o dólar continuar subindo, mas com os preços na Bolsa de Chicago, andando de lado.
“Há chance de que os Estados Unidos faça algumas vendas pequenas para a China, como as que aconteceram nesta semana. Mas nada muito grande, até porque se isso acontecer todo o mercado ficará surpreso e aí pode ter alguma mudança maior na cotação da Bolsa. Sem isso, imagino que as cotações variem de US$ 8,20 a US$ 8,60 por bushel”, afirma. “Já o dólar tem espaço para subir, ainda mais com toda essa crise política interna, somada a crise do coronavírus.”
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