Um dos temas em pauta ao longo da semana será a crise dos preços do café, que afeta tanto o mercado internacional quanto o doméstico.
– Vamos apresentar números para discutir com todos os países-membros e teremos uma conferência de imprensa na quinta – explica Robério Silva, diretor-executivo da OIC, organização intergovernamental que reúne os principais países produtores e importadores de café. O organismo, que tem sede em Londres, fará reunião comemorativa de 50 anos durante a Semana Internacional do Café.
Na avaliação de Silva, o temor do mercado sobre o risco representado por safras volumosas não procede.
– São expectativas de que você possa ter safras maiores no futuro e que não tenha consumo. Mas o café passou ao largo dessa crise [econômica global]. As pessoas continuam consumindo – ressalta. Quanto às dificuldades dos produtores brasileiros, que se queixam do custo de produção superior ao preço mínimo, atualmente em R$ 307, o diretor executivo diz que é preciso aguardar os resultados dos leilões do governo. Uma portaria publicada na última sexta, dia 6, no Diário Oficial da União estabeleceu os parâmetros para venda de três milhões de sacas a R$ 343 cada.
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O deputado Silas Brasileiro (PMDB-MG), presidente do Conselho Nacional do Café (CNC) e que participará das atividades da Semana Internacional do Café, acredita que a oficialização dos leilões, em que o governo adquire sacas de cafés pelo preço estipulado, ajudará na reação dos preços.
– O aviso [sobre os leilões] já é coisa definida, não é especulação. Há também a questão dos agentes financeiros. Mais 16 bancos assinaram contrato com o Funcafé [Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, criado por lei e destinado ao incentivo e financiamento da cafeicultura]. À medida que os recursos são passados aos produtores, evita-se o excesso de oferta – destaca.
A Semana Internacional do Café é promovida pelo governo de Minas Gerais, pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), pela Organização Internacional do Café (OIC) e pelos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o das Relações Exteriores. Segundo informações da organização, são esperados 12 mil visitantes durante os cinco dias de feira.