Segundo um estudo da Embrapa, este tipo de insumo pode render uma produtividade até 10% maior
Sebastião Garcia, de Foz do Iguaçu (PR)
Sementes de alto vigor podem render até 10% a mais na produtividade de uma lavoura de soja. Mas será que todas as sementes compradas tem a mesma vitalidade? A importância deste critério de qualidade foi discutida no 20º Congresso de Sementes, que acontece esta semana em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Os organizadores do congresso reservaram quase uma manhã inteira para discussão deste tema, tamanha a importância que tem no resultado no campo. Pesquisas da Embrapa comprovam que sementes de alto vigor podem dar até 10% a mais na produtividade de uma lavoura de soja, por exemplo. “Alto vigor é o conjunto de propriedades que fazem com que a semente tenha potencial para emergência rápida e uniforme no campo, sob ampla variação de condições ambientais”, explica o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), Julio Marcos Filho.
Mas, comprar sementes certificadas e com qualidade, não significa adquirir insumos com 100% de vigor no lote, garante Filho. “Isso não é uma enganação da indústria. Se uma empresa vender um produto de alto vigor, isso significa que há um predomínio de sementes com esta característica”, diz Filho.
O pesquisador França Neto, da Embrapa Soja, lembra que a legislação exige que a indústria garanta pelo menos 80% de germinação nas sementes comercializadas hoje no Brasil. Não existe lei, ainda, para garantir o vigor, por exemplo. Mas, não é competitivo quem se arrisca a plantar com sementes sem alto vigor, algo básico para a qualidade. “O produtor precisa se atentar para isso, pois uma semente de alto vigor traz resultados melhores até que a sementes produzidas pelo próprio sojicultor”, garante Neto.
Esta característica tem sido exigida por empresas que fazem o tratamento das sementes. A recomendação aos produtores que lhes entregam o insumo para tratamento é que ele tenha bom vigor. “Nossa recomendação é que os lotes enviados para tratamentos sejam os com maior vigor, garantindo assim um resultado agronômico mais adequado”, diz a engenheira agrônoma Meirielly Carpejani.
A agrônoma Elieges Bertuzzi, que trabalha para uma sementeira que atende produtores do norte do Paraná atesta isso. Ela é responsável pelo controle de qualidade da empresa. Ediz que, hoje, ninguém investe se não tiver garantias. Mas, para esta garantia é exigida que a semente tenha alto vigor. “Nos últimos dois anos intensificamos esta exigência de enviar sementes de alto vigor”, diz ela.
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