Semente de soja produzida no Rio Grande do Sul tem incremento no preço

Com fortes chuvas em Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, Estados produzirão sementes de qualidade inferiorDiante da forte chuva que prejudica lavouras em Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, a safra gaúcha de sementes de soja valoriza-se no mercado. A previsão é atender uma demanda 10% maior que a do ano passado, com incremento de até 40% no preço.

O revés previsto em outras regiões, que produzirão sementes de qualidade inferior, deve abrir novas oportunidades de negócios para a produção do Rio Grande do Sul, destaca Narciso Barison Neto, presidente da Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Estado (Apassul) e da Associação Brasileira de Sementes e Mudas. A ampla adaptabilidade das variedades produzidas no Estado em regiões como Mato Grosso do Sul e Paraná, por exemplo, também deve facilitar a comercialização.

Na safra passada, segundo o Ministério da Agricultura, foram produzidas 330 mil toneladas de sementes de soja em solo gaúcho. Neste ano, a Apassul prevê um potencial de 450 mil toneladas, sem descontar a quebra.

Considerando que são necessárias, em média, 205 mil toneladas para abastecer todo o Estado com sementes certificadas, a oferta é mais do que suficiente para suprir o mercado interno. A Apassul espera um volume 10% maior só para atender a demanda do mercado gaúcho. Com o aumento do preço no mercado e o iminente crescimento nas vendas, principalmente para exportação, a recomendação é negociar com cautela, valorizar o produto e evitar perdas.

? O Rio Grande do Sul é competitivo e tem tradição como fornecedor de sementes ? afirma Rui Colvara Rosinha, assessor do conselho diretor de Fundação Pró-Sementes.

A expectativa é que o cenário favorável também eleve de 4% para até 8% o valor da semente no custo de produção por hectare no Estado. A previsão da Apassul é que a safra atual resulte na ampliação do uso de sementes certificadas de 40% para 45% no total produzido.

Diante de uma das melhores safras registradas nos 34 anos de produção, a HS Sementes, da cidade de Passo Fundo, vem recebendo sondagens diárias e tem uma lista grande de interessados em negócios. Nos 1,2 mil hectares destinados à produção de sementes em Coxilha, a colheita está em andamento e a produtividade da soja deve atingir 60 sacos por hectare. Com projeção positiva, a empresa trabalha para definir a política de comercialização nas próximas semanas.

? A perspectiva é favorável e esperamos que a colheita confirme esse otimismo ? ressalta Joacir Stedile, responsável técnico da propriedade.