Pavinato lembrou que no ano passado houve quebra na produção de sementes por causa da seca na Bahia e das chuvas em excesso em Mato Grosso, o que tornou escassa a oferta no mercado interno. Além disso, na época da compra de sementes, ainda no primeiro semestre, a soja estava cotada entre US$ 15 e US$ 16 por bushel, o que impulsionava o preço da semente.
– Nós também aumentamos nossa área de soja precoce, que usa mais plantas por hectare – afirmou.
Segundo ele, a tendência é de contínuo aumento nos custos com semente, com a entrada de novas variedades no mercado, com tecnologia que demanda menos agrotóxicos.
Em fertilizantes, a companhia afirmou ter contratado a compra do insumo à base de nitrogênio quando os preços caíram para o nível de US$ 300 a US$ 320 a tonelada. O fertilizante com potássio foi contratado a cerca de US$ 400 a tonelada, antes do fim do oligopólio da Uralkali, destacou o executivo. Ele afirmou que a companhia já busca a contratação de fertilizantes para a safra 2014/2015, de modo a aproveitar os preços mais baixos.
No caso dos agrotóxicos, o executivo afirmou que a empresa pagou um valor muito próximo ao da safra passada, ainda que o glifosato tenha registrado um aumento de preço. No entanto, o custo em reais subiu, de acordo com Pavinato, com a valorização do dólar frente o real.
De acordo com dados dos resultados trimestrais, a SLC Agrícola espera aumento de 17,8% no custo por hectare da soja, para R$ 2.084, e de 13,6% no milho de segunda safra, para R$ 1.570 por hectare. O algodão de segunda safra deverá sofrer a menor variação de custos, 0,2%, para R$ 4.198 por hectare.
Margem com milho
Mesmo com a forte queda nos preços do milho, a SLC Agrícola continua registrando margem positiva com a produção, afirmou o diretor presidente da companhia. Ele ressaltou que as cotações são baixas no Centro-Oeste, mas chegam a R$ 19/saca a R$ 22/saca na região Nordeste, preço que, segundo ele, remunera a produção.
Na safra 2013/2014, a companhia está reduzindo a área de milho em Mato Grosso e aumentando no Maranhão. De acordo com Pavinato, o custo de produção está na casa de R$ 14 a R$ 15/saca, enquanto a empresa espera vender a produção a até R$ 22/saca. O total de área cultivada com milho de primeira e segunda safra será de 50.471 hectares, aumento de 2,4% ante a safra passada.
Pavinato reforçou, ainda, que a companhia deverá cultivar 15% de sua área com milho, esperando que a produção responda por 10% do faturamento. A principal fonte de receita da companhia é a produção de algodão.
Para a venda da safra 2012/2013 de milho, que tem preços abaixo de R$ 10/saca em Mato Grosso, o executivo afirmou que a companhia aderiu aos leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que garantem remuneração pela produção pelo mínimo de garantia do governo, de R$ 13,02/saca.
– Aproveitamos muito bem o preço mínimo em Mato Grosso por meio do Pepro. Não foi um mau negócio (produzir milho) – destacou.
O resultado da receita com Pepro só deve aparecer nos resultados da companhia a partir do primeiro trimestre do próximo ano, de acordo com Pavinato, à medida em que o governo paga pelo benefício.