Com iniciativas ousadas e apresentação de viveiros experimentais com culturas da área de sequeiro, o 4º Semiárido Show discute a utilização da água e a produção de alimentos na agricultura familiar.
São cerca de oito hectares no meio da caatinga, onde são apresentados mais de cem tipos de tecnologias de convivência com o Semiárido, incluindo as cadeias agrícola e agropecuária.
A bicibomba, mistura de bicicleta com bomba de água, foi uma das novidades apresentadas. Através desta engenhoca, o produtor consegue irrigar uma pequena horta ou bombear a água para uma caixa d’água.
Durante o evento estão sendo realizadas palestras e cursos sobre as técnicas apropriadas para a área de sequeiro.
Um grupo de estudantes viajou quase 200 quilômetros para participar do evento e levar para comunidade o conhecimento adquirido. São mais de 350 caravanas de produtores rurais que vem de vários Estados nordestinos, principalmente Bahia, Ceará, Piauí e Pernambuco. O produtor rural Edilson Santos Silva percorreu mais de 700 quilômetros para expor os produtos orgânicos de sua propriedade.
Um dos maiores desafios dos organizadores é fazer com que iniciativas como a de Edilson se torne exemplo para os demais produtores.
A difusão de tecnologias de convivência com o Semiárido chamou a atenção de produtores de outros países também. O embaixador do Sudão, Elnaim Elkarim, disse que os problemas enfrentados no Semiárido são semelhantes ao que eles passam no Sudão, e que estas pesquisas vão servir para o desenvolvimento da agricultura no país africano.
O aproveitamento da matéria-prima que antes era desperdiçada também é destaque nesta edição da feira. Da palha do milho, Eliete de Souza Rodrigues, produtora rural e artesã, e outras dez mulheres conseguem produzir artigos que ajudam na complementação da renda. Rivanete de Oliveira, igualmente produtora rural e artesã, também está expondo o artesanato feito da bananeira, que antes era jogada fora.
O evento acontece até a próxima quinta, dia 25, e é organizado pela Embrapa Semiárido e pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, uma organização não governamental.