O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome abriu o evento destacando as ações do governo para fortalecer a produção de alimentos no país. Durante o discurso, Patrus Ananias se exaltou ao afirmar que, mesmo com a escassez de crédito, os gastos com programas sociais, como bolsa família, não vão ser cortados.
? Esses que defenderam o modelo neoliberal insistem ainda agora em que nós não façamos os necessários investimentos nas políticas sociais, acusadas de serem obstáculos ao crescimento econômico ? afirmou.
Segundo Ananias, a situação econômica brasileira está sob controle.
? Tudo isso está sendo monitorado pelas áreas técnicas específicas do governo e nós estamos trabalhando normalmente na implementação dos nossos programas ? assegurou.
De acordo com o secretário de Aqüicultura e Pesca, o setor pesqueiro também não precisa se preocupar. Altemir Gregolin garante que não faltará crédito.
? Esta crise, na nossa avaliação, está sendo gradativamente equacionada. O Brasil tem uma condição de estabilidade bastante sólida, então acredito que não seremos afetados no setor com o problema da crise ? garantiu.
No entanto, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou nesta quarta um estudo em que afirma que, apesar da previsão de produção mundial recorde de grãos nesta safra, a turbulência dos mercados financeiros pode dificultar o financiamento das indústrias agrícolas nos países em desenvolvimento. Para o representante da FAO no Brasil, apesar das medidas anunciadas nos últimos dias pelo governo, o futuro da produção brasileira ainda é incerto.
? Nós não sabemos qual seria a efetividade dessa recessão e os impactos da recessão na economia brasileira ? disse José Tubino.
Para o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Renato Maluf, os impactos da crise na produção brasileira de alimentos não podem ser subestimados. Ele acredita que o momento atual é de investir nos pequenos produtores.
? Acho que a questão do Brasil é recuperar instrumentos de abastecimento, uma visão mais descentralizada, uma produção mais agroecológica, familiar, mais isso do que reforçar o grande modelo de produção.