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Seminário internacional mostra que insegurança no campo é comum na América Latina

No Brasil, estimativa é de que 25 mil trabalhadores rurais estejam sendo submetidos a práticas análogas à escravidãoUm seminário internacional sobre violência no campo, que ocorre em Brasília, revela que a situação de insegurança é comum na América Latina. A estimativa é de que, só no Brasil, 25 mil trabalhadores rurais estejam sendo submetidos a práticas análogas à escravidão.

Números como esse serão detalhados em uma carta, elaborada ao final do evento, na sexta, dia 8. O documento, que cobra soluções para esses problemas, será entregue aos chefes de estado de todos os países da região.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vilhena e Chupinguaia, Uzdo Wahlbrink, já sofreu várias ameaças e foi preso durante oito meses por defender a permanência de agricultores em áreas do governo federal.

– São cartas de aquisição de terras públicas. Em cinco anos, para conseguir o título, elas teriam que ter feito 50% das áreas produzir. Nunca fizeram, e depois de 20, 30 anos, o Incra mandou o povo entrar. Parte das pessoas ocupou essas áreas públicas, porque não tem registro, nenhum documento, e hoje elas que estão com 15, 20, 18, 8, 22 anos de ocupação, todas produtivas, aí vem pessoas despejando, e a Justiça acaba despejando – diz Wahlbrink.

Segundo os movimentos sociais, o Estado do Maranhão está no topo do ranking de mortes no campo. Nos últimos dois anos, 15 líderes sindicais foram mortos. O colombiano Jhonsson Torres afirmou que a história se repete no país dele onde seis em cada 10 dirigentes são assassinados.

O resultado do seminário está em uma Carta Aberta, com proposta de políticas públicas para diminuir os conflitos no campo. O documento será encaminhado aos chefes de Estado de todos os países da América Latina e também a organizações internacionais de defesa dos direitos humanos e para a sociedade civil.

De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), 25 mil agricultores ainda são submetidos a condições análogas à escravidão no Brasil. A presidente Dilma Rousseff é esperada no evento nesta terça, dia 5, e a expectativa é de que o governo anuncie uma política voltada para os mais de 4 milhões de assalariados rurais no país.

– Nós esperamos amanhã que ela anuncie a criação da lei que garante a política, que ela anuncie que nós vamos ter habitação, que nós vamos ter garantias mínimas dos nossos direitos, que nós não vamos ter mais, daqui para frente, trabalho escravo no Brasil do jeito que é – fala o secretário de Assalariados Rurais da Contag, Antônio Lucas.

Os movimentos sociais também criaram a Comissão da Verdade Camponesa com o objetivo de apurar a morte de agricultores durante o período da ditadura militar.

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