Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Senado da Argentina veta projeto de impostos sobre exportação de grãos

Voto de minerva do vice-presidente surpreende o governo de Cristina KirchnerO projeto do governo argentino para atribuir impostos móveis às exportações de grãos foi rejeitado nesta quinta-feira, dia 17, no Senado pelo voto do vice-presidente argentino, Julio Cobos.

A surpreendente decisão de Cobos foi um duro golpe no governo de Cristina Kirchner, que sofreu grande desgaste nos quatro meses de conflito com o setor agrário e viu sua popularidade despencar entre os argentinos.

Depois de mais de 17 horas de um tenso debate, e apesar de ter a maioria no Senado, os governistas não conseguiram vencer a votação do decreto de aumento dos impostos sobre a exportação de grãos, que terminou empatada em 36 votos com a oposição e os setores críticos ao peronismo.

De acordo com a Constituição, o vice-presidente, também presidente da Câmara Alta, se viu obrigado a desempatar, e emitiu voto contrário à iniciativa governamental, que justificou por suas “convicções” e seu convencimento de que é necessário buscar uma saída que satisfaça a sociedade.

Seu voto contra a iniciativa governamental, que tinha sido aprovada no Congresso – também de maioria governista – antes de passar para a Câmara Alta, põe em risco sua continuidade no governo e sacudiu as fileiras do partido governante.

Cobos pediu à Cristina que apresente uma nova proposta baseada nas contribuições expressadas no tenso debate no Senado, e lamentou a “divisão” que o conflito provocou no país.

Oposição vive dia de triunfo

? Seria incrível pensar que o vice-presidente votaria contra o presidente, a não ser que lhe quisesse dar um golpe mortal ? disse o legislador governista Miguel Pichetto, que criticou os peronistas que votaram contra a proposta governamental.

Já a oposição viveu nesta quinta-feira um grande triunfo, e enviou ao governo a mensagem de que não há um poder absoluto na Argentina. Os defensores do setor agrário, que decidiram se concentrar no bairro de Palermo para acompanhar o debate através de telões instalados nas ruas, comemoraram a vitória.

O presidente da Federação Agrária, Eduardo Buzzi, afirmou que este resultado permite “construir com esperança um país federal”, e elogiou “a coragem e a ação democrática” do vice-presidente.

Durante a noite de quarta-feira, foram ouvidos em vários bairros de Buenos Aires “panelaços” contra o governo e a favor da postura dos produtores agrários, e as manifestações continuaram após o resultado.

O projeto governamental chegou ao Senado após ser aprovado pela Câmara dos Deputados por 129 votos a favor e 122 contra, em uma sessão que foi encerrada no dia 5 de julho e que durou mais de 17 horas.

O conflito entre o campo e o governo começou no dia 11 de março, quando o Ministério da Economia ditou uma resolução na qual impôs impostos móveis às exportações de grãos.

A rejeição ao novo esquema tributário gerou quatro greves que impediram a comercialização de grãos, além de bloqueios de estradas e desabastecimento de alimentos para a indústria, que causaram milionárias perdas ao país.

Sair da versão mobile