O que era para ser um debate não passou de uma conversa sem divergências. A audiência contou apenas com a presença de representantes do Ministério da Educação (MEC) e do MST. O governo gaúcho e o Ministério Público Estadual (MPE) não compareceram para explicar o fechamento das escolas itinerantes do MST. No auditório, predominou a defesa pelo ensino alternativo, que beneficia mais de 600 crianças no Estado.
A coordenadora de educação do movimento, Maria Cristina Vargas, criticou a decisão e garantiu que as famílias vão lutar pela manutenção das escolas.
? As comunidades, as famílias, os jovens e adultos beneficiados pelas escolas públicas itinerantes estão mobilizados e organizados para se manter na escola garantindo o funcionamento das atividades.
O secretário de Educação Continuada do MEC, André Lázaro, elogiou o sistema pedagógico implantado nos assentamentos e afirmou que o governo federal é contra a medida.
? O Ministério da Educação acompanha com muita apreensão os fatos ocorridos no Rio Grande do Sul, porque eles não expressam o ambiente construtivo e de diálogo que se estabeleceu em defesa da educação no campo.
A Comissão de Direitos Humanos aprovou a proposta de enviar uma carta à governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, solicitando a retomada imediata das aulas e de encaminhar ao Ministério Público gaúcho um pedido de revogação do termo de ajustamento de conduta.
Os senadores ressaltaram que é preciso garantir às crianças o direito à educação para, depois, prosseguir com a discussão sobre as condições de ensino nessas escolas.
? Vamos voltar às aulas, sem prejuízo de continuar o debate com o Ministério Público, com os deputados estaduais, deputados federais, com senadores, e a própria Secretaria de Educação ? afirmou o senador Paulo Paim (PT-RS)