Instituição promove capacitações para que a oleaginosa melhor aproveitada na alimentação humana
Manaíra Lacerda | Vera (MT)
O Brasil é o segundo maior produtor de soja no mundo e, ainda assim, os brasileiros não têm o costume de incluir o grão na dieta diária. Vale destacar que a oleaginosa possui diversos benefícios nutricionais, sendo um grão rico em Vitamina E, Complexo B, cálcio, ferro, zinco, proteínas e fibras.
Em Mato Grosso, maior estado produtor de soja do Brasil, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do estado (Senar-MT) oferece um curso gratuito, que ensina a fazer diversas receitas com o uso da soja. A instrutora Maria Celia Rezende explica que é possível obter a partir do grão produtos básicos que são usados na culinária, como leite, farinha e resíduo de soja.
– Quando eles vêm para cá, eles começam a preparar o produto e fazer com receitas entre si. A aceitação é muito grande – diz.
Uma das técnicas do preparo da soja na alimentação humana é o superaquecimento. O grão deve ser torrado ou cozido. Neste último caso, é necessário também submeter os grãos a um choque térmico, para neutralizar uma enzima que deixa um gosto desagradável na soja, a lipoxigenase 2.
– É só jogar os grãos secos numa água fervendo, depois voltar a ferver e você marca cinco minutos. Ao escorrer, passa numa água fria ou gelada. Nossos grãos vão ficar neutros em sabor, não vai ficar rançoso, com aquele cheiro ruim que nós brasileiros não gostamos – orienta Maria.
A nutricionista Joana Romero alerta que, apesar dos benefícios para a saúde, a soja deve ser usada com calma na dieta humana. Segundo ela, a recomendação é de, no máximo, uma xícara do grão ou duas colheres da farinha integral por dia.
– Precisa ser usada com moderação porque ela é muito rica em fibras, que são insolúveis e podem provocar distinção abdominal. Também pode provocar reação alérgica. Como qualquer outro alimento, devemos sempre utilizar em baixa quantidade e associar a outros alimentos – explica.
O Sindicato Rural de Vera solicitou o curso ao Senar-MT e o Rafael Bilibio, diretor da entidade, explica que o objetivo é também fomentar a economia local. O município tem cerca de 10 mil habitantes.
– O curso visa melhorar um pouco financeiramente para as pessoas, assim ela empreende no negócio dela, mas também a pessoa aprender para usar isso na sua casa, com a sua família – lembra o dirigente.
O curso tem a duração de 40 horas, realizado em cinco dias. Qualquer pessoa pode participar, mas a maior parte da turma é formada por mulheres. Elas aprendem cerca de 25 receitas ao longo do treinamento.
– A gente mora em uma área muito produtora de soja. A partir do momento que a gente conhece mais, quem sabe abra oportunidade para gente estar inserindo esse conhecimento no mercado de trabalho – comenta a aluna do curso Dayane Santos.
Veja a reportagem: