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Série Especial: pesquisa e tecnologia desenvolvem soluções para agricultura irrigada nos Estados Unidos

Apesar dos obstáculos criados pela concorrência com o petróleo, produtores apostam na utilização da energia do etanol em suas lavourasIrrigar uma lavoura e fazer chover quando precisa exige investimento e planejamento. Fred Ferrel, de 69 anos, trabalha há 33 na venda de equipamentos de ultima geração em pivôs. Antes disso, ele já era produtor rural e engenheiro agrônomo e, hoje, passa toda sua experiência em palestras ? como as que ocorreram no "Um Dia de Campo", acompanhado pela reportagem do Canal Rural.

Um dos equipamentos vendidos por Ferrel é desenvolvido com a ajuda do Google Earth, na tela do computador. Para cada 60 hectares, a tecnologia custa cerca de US$ 100 mil. O retorno pode ser sentido depois de sete anos. No oitavo ano, o produtor já tem um ganho de cerca de 23%.

Ferrel acompanhou de perto as mudanças da irrigação e reconhece a importância da técnica para a agricultura.

? As mudanças que tenho percebido na irrigação desde que comecei, são inúmeras. Comecei a aprender sobre irrigação porque se tornou necessário, quando a rentabilidade com a nossa produção começou a cair. Na área em moramos, os lençóis freáticos são muito pequenos por causa da pouca chuva que cai durante o ano. Depois que começamos a utilizar a irrigação passamos a colher uma grande safra. Passamos de 75 sacas de milho por hectare para cerca de 120 sacas por hectare de milho ? afirma Ferrel.

O que acontece no campo da pesquisa e no desenvolvimento de empresas do setor chega aos produtores rapidamente e, ao mesmo tempo, em várias regiões do país.

Encontros como o “Um Dia de Campo” envolvem especialistas nas mais  diversas áreas, desde o melhoramento genético na busca pela redução do consumo de água pela planta, até as vantagens da fertiirrigação, aproveitando melhor os sistemas de irrigação. As reuniões sempre são acompanhadas por um representante do governo norte-americano.

Pesquisadores de universidades e representantes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos trabalham nesta linha de desenvolvimento, em parceria com os produtores, para buscar uma agricultura sustentável através da irrigação.

O Canal Rural acompanhou os resultados de um projeto de irrigação chamado de Central, no Estado do Nebraska, que tem a finalidade de suprir a água para cerca de 60 mil hectares de lavouras. Jeff Buetner mostrou o potencial desta parceria, que envolve geração de energia através de pequenas estações, e ajudam a reduzir os custos para os produtores, integrando produção e meio ambiente ? mudando o olhar da sociedade quando se fala em irrigar para produzir alimentos.

? Os objetivos do projeto são, além da irrigação, a produção de energia elétrica, os benefícios para o meio ambiente, para a fauna e flora. O projeto traz grandes benefícios para o Estado do Nebraska. Desde que o projeto de irrigação foi criado, em meados da década de 30, a divisão dos rios em canais de irrigação colaborou para o aumento da quantidade no subsolo. Em outras palavras, o lençol freático está 15 a 18 metros maior do que era na década de 40 ? explica Buetner, diretor do Nebraska Public Power and Irrigation District.

A irrigação também garante a alimentação para o gado. A equipe do Canal Rural visitou uma estrutura de confinamento que manda para o abate 30 mil animais por ano. O gerente, Buck Weherbein, mostra  como faz para engodar o gado. Na propriedade, ele mantém 900 hectares de milho, suficiente para 40 mil toneladas de silagem ? mas que atende apenas 17% da alimentação necessária para o ano. O restante, ele compra de outros produtores que também trabalham com lavouras irrigadas. O que chama atenção é o complemento: dois resíduos diferentes que vêm da usina de etanol de milho, com proteína concentrada.

? As usinas de etanol são importantes para os confinamentos do Nebraska porque apresentam uma fonte de alimento do gado. Eles usam o milho e nós compramos os resíduos que sobram do processo e utilizamos na ração. É um tipo de alimento muito bom para os animais. Essa é uma grande vantagem competitiva dos confinamentos do Estado do Nebraska com relação a outros Estados americanos que criam gado.

Um outro projeto pretende colocar no mercado motores potentes movidos a etanol. Ainda faltam incentivos, mas a intenção é usar as máquinas para movimentar e gerar energia nos sistemas de irrigação. Para o engenheiro e produtor rural Dennis  Gengenbach, a concorrência com o petróleo cria obstáculos para a mudança de conceito.
 
? Eu acho que as companhias de petróleo estão assustadas. Eles têm publicado histórias que não são verdadeiras a respeito do etanol. Eu acho que nós estamos no caminho certo, temos que nos manter focados, utilizar os produtos que plantamos. Nós podemos trabalhar juntos, mas as companhias de petróleo não estão interessadas na tecnologia que estamos desenvolvendo aqui. Todo galão de etanol que utilizamos aqui é um galão a menos de petróleo ? diz Gengenbach.

O produtor tem um sonho que pode fechar todo um ciclo em volta da produção de milho.

? Meu objetivo, antes de me aposentar, é ver todos os meus tratores, todos os meus equipamentos movidos a etanol. Porque eu posso vender o meu milho para a usina de etanol, eu compro o etanol para utilizar na fazenda e com ele produzo mais milho para ser vendido para usina novamente. Todo o dinheiro da produção de etanol é revertido para minha comunidade. Quando importamos petróleo, nosso dinheiro vai para algum outro lugar.

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