? Comecei meu doutorado aqui. Trabalho na Embrapa, em Brasília. Estou trabalhando com sensores ativos para detectar a deficiência de nitrogênio na folha, o que eles chamam de detecção em tempo real. O sensor detecta o stress do nitrogênio e aplica o nitrogênio na mesma operação. Você economiza em nitrogênio, contamina menos o ambiente e mais dinheiro vai para o bolso do produtor ? explica Shiratsuchi.
Também em solo norte-americano, o Canal Rural encontrou o diretor do Ministério da Agricultura de Angola. Para ele, o desafio é encontrar técnicas e projetos capazes de reconstruir o país com base na produção de alimentos.
? Alimentar cerca de 17 milhões de pessoas não é uma coisa muito difícil se os investimentos corretos forem feitos, as pessoas forem treinadas e as tecnologias utilizadas de forma adequada. E obviamente que, levando em conta o potencial de recursos naturais que o país tem, que estimamos em cerca de 35 milhões de hectares com aptidão para o uso agrícola, nós acreditamos que poderemos rapidamente passar também a ser um país exportador de alimentos ? afirmou Joaquim Duarte.
Os estrangeiros ligados ao agronegócio que visitam os Estados Unidos querem novidades nas mais diversas culturas. No arroz, a grande mudança é a redução no consumo de água.
Fisiologicamente, o arroz é uma planta subaquática adaptada ao ambiente inundado. Pode ser cultivada sem inundação desde que o manejo seja correto. As pesquisas trabalham nesta direção, para saber quanto de água o arroz realmente precisa em cada fase do ciclo para garantir a produtividade.
Uma empresa norte-americana, líder mundial no setor de irrigação, trabalha em parceria com a Embrapa Clima Temperado e o Instituto Rio-grandense do Arroz, no Brasil, e as Universidades de Arkansas e Missouri, nos Estados Unidos. Os resultados vão mudando as perspectivas dos arrozeiros em várias partes do mundo.
Os testes são feitos em centros de pesquisa e divulgados através de Dia de Campo. Jem Heiser, pesquisador da Universidade do Missouri, faz a relação entre o sistema tradicional de produção de arroz, com inundação, e mudança para o pivô central.
? A produção de arroz inundado precisa de um solo ideal, que segure a água por muito tempo. Além disso, precisa de uma série de equipamentos que garantam a disponibilidade de água no campo. O consumo chega a 3,4 mil litros de água por minuto. Na produção de arroz irrigado, você trabalha com o mesmo equipamento que é utilizado nas lavouras de soja e milho. No arroz inundado você precisa de equipamentos próprios. Com relação ao uso de fertilizantes, acreditamos que o uso nos dois modos de produção deve ser o mesmo. Mas estamos desenvolvendo uma série de pesquisas para reduzir o uso de fertilizantes. Se o produtor já tem um pivô central sendo utilizado para outra cultura, a instalação de um campo de arroz não vai gerar nenhum custo adicional para ele ? garante Heiser.
Foi o que fez Patrick Hulshof, que também produz soja e milho, e mostra a qualidade da produção garantida com a irrigação. O produtor reservou uma área para incluir na rotação o arroz, pela primeira vez.
? Esperamos que o gasto que tivemos para comprar o pivô central retorne dentro de alguns anos. Um equipamento como este tem uma vida útil de 20 anos. O retorno é muito rápido e temos a garantia de ter uma boa safra. Plantar arroz dessa maneira, com alta tecnologia, se paga rapidamente ? conta o produtor.