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Sete candidatos concorrem ao governo do Paraná

Eleitorado do Estado aumentou em quase 5% desde as últimas eleições, em 2008O setor de serviços responde por quase 60% da economia no Paraná, o que não diminui a importância da atividade agrícola. Para quem produz, o Estado tem vocação rural: os primeiros colonizadores foram atraídos pela notícia de que, na "terra roxa" tudo o que se plantava era colhido com fartura. Por isso, os candidatos ao governo do Paraná que quiserem conquistar os votos desses cidadãos, precisam contemplar o agronegócio em suas propostas.

O eleitorado do Paraná aumentou em quase 5% desde as últimas eleições, em 2008. De acordo com o levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualmente são mais de 7,6 milhões de eleitores que estão aptos a votar.

A população estimada pelo IBGE no ano passado, é de 10,6 milhões de habitantes. Desses, quase 1,8 milhão vivem no campo. Porém, se essa proporção parece diminuir a importância do voto  de quem mora na área rural,  vale lembrar que o estado tem 371 mil pequenas e médias propriedades agropecuárias. O trabalho desses agricultores é responsável por 8,6% do PIB do Paraná. Por isso, os candidatos ao governo do estado devem estar atentos a essa parcela do eleitorado.

Amadeu Felipe (PCB)
O candidato do PCB é Amadeu Felipe. Catarinense de Blumenau, ele mora no Paraná  há 39 anos. É militar reformado e tem cinco filhos. Atuou em movimentos contra o regime militar e ajudou a formar o PMDB em Londrina, e  depois, a legalizar o PCB. Amadeu Felipe foi secretário geral do município de Londrina e concorreu para prefeito da cidade nas últimas eleições. Ele acredita que é preciso socializar a saúde, a educação e outros serviços voltados para o povo. E propõe um novo cooperativismo.

? Hoje, por incrível que pareça, até as cooperativas exploram os produtores. Isso é preciso mudar. Como se muda isso? Através de cooperativas de pequenos produtores, através de cooperativas do trabalhador rural, através do apoio à reforma agrária, como uma necessidade premente. Nos Estados Unidos, foi feita a reforma agrária na Guerra de Secessão. No Japão, quem fez a reforma agrária foi o general Douglas McArthur com um tanque de guerra na mão. No Brasil, todo apoio ao camponês sem terra, todo apoio aos movimentos dos trabalhadores sem terra e todo o apoio na socialização do projeto de reforma agrária, que deve ser colocado em função e deve ser feito ? disse.

Avanilson (PSTU)
Nascido em Governador Valadares (MG), o candidato do PSTU Avanilson Alves Araújo chegou ao Paraná há 12  anos. É solteiro, formado em direito e integrou a Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares. Ele começou na carreira política como assessor parlamentar e hoje é presidente do PSTU no noroeste paranaense. Disputa uma eleição pela primeira vez. Avanilson diz que, se for eleito, vai lutar pela suspensão do pagamento da dívida externa e pela nacionalização da terra.

? Hoje a terra, assim como outros bens, está associada a um processo de produção. O Paraná hoje é o segundo produtor de grãos, o peso da agroindústria aqui é fundamental para a economia. Nós entendemos que, ao invés de estarem colocadas a serviço do lucro, as grandes cooperativas do Paraná precisam ser estatizadas, colocadas sob o controle dos trabalhadores, para que, ao invés de gerar lucro, elas possam ser produtivas no interesse de atender aos interesses da população. Produzir num primeiro momento aquilo que efetivamente atenda à formação da cesta básica e, além disso, nós defendemos uma agricultura subsidiada. Nós queremos fazer uma discussão profunda aqui no Paraná sobre quais os interesses políticos que se traduzem, inclusive, no domínio do agronegócio do Estado ? avaliou.

Beto Richa (PSDB)
Beto Richa  deixou o cargo de Prefeito de Curitiba para concorrer ao governo do Estado pela Coligação Novo Paraná. Natural de Londrina, ele é casado e tem três filhos. O candidato do PSDB seguiu a carreira do pai, o ex governador José Richa, um dos fundadores do partido no Brasil. Beto Richa foi duas vezes deputado estadual e duas vezes prefeito de Curitiba. O candidato diz que pretende priorizar os investimentos em educação, saúde e segurança. Ele promete também criar a agência de desenvolvimento do agronégócio.

? Por exemplo, programa de sementes, de calcário, de readequação de estradas rurais, de microbacias, e lembrar do maior benefício que o homem do campo conheceu, no governo do meu pai, José Richa, o Clic Rural, levou energia elétrica para o campo, ajudou a fixar as famílias nesse meio, melhorou sua qualidade de vida e também a possibilidade de agregar valor ao produto com a sua industrialização. E também o fortalecimento de todas as cooperativas ? disse.

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Luiz Felipe Bergmann (PSOL)
O candidato do PSOL é o gaúcho Luiz Felipe Bergmann, que chegou ao Paraná em 1986. O economista e advogado é casado e tem um filho. É auditor fiscal do trabalho e começou a carreira política em movimentos estudantis. Concorreu duas vezes ao cargo de vereador de Toledo, pelo PT, e em 2006 foi candidato ao governo do Estado pelo PSOL. Luiz Felipe Bergmann participou da fundação do partido no Paraná e é o atual presidente. Seguindo o projeto nacional do PSOL, propõe mudanças no modelo de desenvolvimento.

? Nós vamos fazer a reforma agrária para dar terra a quem precisa dela no campo, para desinchar as grandes cidades, dar qualidade de vida e vamos estimular a produção agroecológica, uma produção de alimentos sem agrotóxicos e sem adubos químicos. Eu comentava recentemente que no Brasil, cada brasileiro consome cinco litros de agrotóxico por ano. Se a gente dividir isso por dia, vamos chegar à conclusão de que cada brasileiro consome um cafezinho de agrotóxico por dia. Isso resulta em problemas de saúde, quem lucra com isso são as clínicas e os laboratórios que fabricam remédios para câncer, enfim, nós temos que mudar esse modelo. Reforma agrária, produção agroecológica e nas cidades também a reforma urbana, como acabar com os lixões, porque o estado do Paraná hoje está se tornando um grande lixão. Tem empresas que estão importando lixo da Argentina para depositar aqui. Então, acabar com os lixões, tudo isso para que a gente possa, que o estado possa proporcionar uma vida decente e digna para a população ? garantiu.

Osmar Dias (PDT)
O paulista Osmar Dias, que mora desde os dois anos de idade no Paraná, é o candidato da coligação A União Faz Um Novo Amanhã. Ele é divorciado e tem duas filhas. O engenheiro agrônomo deixou o Senado para concorrer pelo PDT ao Executivo Estadual. A carreira política inclui dois mandatos no Senado e a disputa pelo governo do Estado em 2006. Também foi Secretário de Agricultura do Paraná. Se for eleito, promete fortalecer as agroindústrias e as cooperativas, para melhorar a renda no campo.

? Nós queremos promover um crescimento das cadeias produtivas no segmento da agricultura familiar e de toda a agricultura. E nós queremos promover um grande processo de agroindustrialização do Estado, aproveitando o potencial das cooperativas que investem um bilhão de reais todos os anos. Creio que, no caso da agricultura familiar, nós podemos investir com muita força na questão da agricultura orgânica, que é um nicho de mercado que cresce, que precisa de mais apoio e precisa se desenvolver. E nós, juntamente com os órgãos do Estado, a Emater, o Iapar, as cooperativas, as prefeituras, numa parceria, e as cooperativas de agricultores familiares, nós queremos promover esse segmento importante. Queremos, também, em algumas regiões do Estado construir mini Ceasas para dar suporte à comercialização dos produtos dos agricultores familiares ? defendeu.

Paulo Salamuni (PV)
O advogado Paulo Salamuni é o candidato do Partido Verde. Ele é casado, não tem filhos e é procurador do município de Curitiba, onde nasceu. Concorreu pela primeira vez a um cargo público em 2006, como candidato ao Senado. Foi secretário municipal do Desenvolvimento Social de curitiba e vereador  da capital em duas legislaturas. Também integrou e presidiu várias comissões ligadas aos direitos humanos e à cidadania, como a Associação dos Meninos de Rua. Reduzir a degradação ambiental no campo é uma de suas propostas.

? Nós temos várias áreas degradadas na área rural que podem perfeitamente, com diálogo, com serenidade, com tranqüilidade, e com compromisso recíproco, serem recuperadas. Nós também temos o programa de incentivo àqueles produtores rurais, sejam eles pequenos, médios e grandes produtores, por que não? Incentivos para que mantenham as florestas em pé. Seria uma rede para a manutenção das florestas em pé mediante incentivos. Porque você já previne e não vai remediar. O Estado deixa de ser um Estado policialesco para ser um Estado cooperativo e que se antecipa aos problemas que vão acontecer, e que são problemas gravíssimos no campo. Nós temos também outra questão que é a questão das águas, sejam elas de fontes naturais, o artesianas, essa é uma questão fundamental. E uma revisão geral, porque eu acho que se nós fizermos um rearranjo, uma resignificação na questão rural há perfeitamente a possibilidade de não se precisar se derrubar mais nenhuma árvore que esteja em pé e fazer um rearranjo da questão rural para que conviva de uma forma harmônica e tranqüila com a produção ? disse.

Robinson de Paula (PRTB)
O mais jovem candidato ao governo do Estado do Paraná é Robinson de Paula. Ele tem 33 anos de idade e é solteiro. O candidato do PRTB é natural de Curitiba. Robinson seguiu carreira na polícia militar e é formado em direito. O policial começou na carreira política há dois anos. Em 2008, foi candidato a vereador de Curitiba. Suas principais propostas são voltadas para temas como a segurança pública e a reforma do judiciário. Para beneficiar o produtor rural, Robinson de Paula quer reduzir o ICMS.

? Hoje o agricultor se preocupa muito quando faz sua plantação com o endividamento. Porque os bancos normalmente cobram uma taxa muito alta. Então esse agricultor fica preocupado com as taxas e, se caso acontecer de ele perder uma parte da produção, ele vai ter esses juros muito altos e uma dívida muito alta também. O nosso plano é reduzir o ICMS tanto da venda do produto dele como da compra de insumos. Com isso, vai “aumentar” um certo lucro para ele, uma certa confortabilidade, além de reduzir a cesta básica para o paranaense ? explicou.

O Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) entrou com uma ação pedindo para substituir o candidato ao governo do Estado do Paraná, Robinson de Paula, por Ella Vicente, ex-candidata ao cargo de deputada estadual. O pedido ainda não foi julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado, e por isso Robinson continua sendo o candidato oficial. O julgamento deve ser realizado na próxima semana.

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