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Rodrigo Gutierrez diz que, além da mudança no nome, a empresa aposta no crescimento no mercado com base na infraestrutura de países como a China, onde a Adama tem parceria com outra grande indústria, a ChemChina, controlada pelo governo chinês. A empresa é líder no mercado de produtos pós-patente, ou seja, produzindo formulações com princípios ativos já patenteados no mercado. Agora, o plano é lançar um portfólio de produtos híbridos, aliando o uso dos princípios patenteados com produtos próprios, desenhados para atender demandas específicas dos produtores. Outra frente é o chamado espaço digital, com a criação de ferramentas que auxiliem o produtor rural na gestão dos insumos e aplicação dos produtos.
Com a nova estratégia, a empresa pretende checar a US$ 1 bilhão em vendas no mercado de agroquímicos brasileiro até 2018. Hoje as vendas representam US$ 460 milhões no mercado interno. No mercado mundial, a Adama teve faturamento superior a US$ 3 bilhões em 2013 e é a sétima maior empresa do setor agroquímico.
Liberação de novas moléculas
Durante o anúncio dos novos negócios, o presidente da empresa no Brasil falou também sobre o mercado de defensivos e as políticas para o setor. Gutierrez se mostra otimista com os rumos da política para a agricultura e diz que, pela primeira vez, estamos vendo agricultor, indústria e políticos juntos buscando soluções para o setor. Mas alguns pontos a liberação de moléculas precis de maior atenção.
Segundo Gutierrez, o Brasil precisa otimizar o processo de liberação de novas moléculas no combate a pragas e doenças, sem contudo comprometer a qualidade da produção. Segundo ele a estrutura de regulação no Brasil é subdimensionada, o que representa um risco para o setor, porque pode favorecer o contrabando. O governo precisa priorizar quem formula os produtos, diz ele.
– Produzir defensivos é difícil, produzir sem impurezas e mais difícil ainda – complementa.
O grande problema, segundo Gutierrez é que a estrutura de controle é muito pequena no Brasil.
– Temos entre 55, no máximo 60 pessoas trabalhando à frente da regulação nos órgãos oficiais como Anvisa e Ministério da Agricultura. Nos Estados Unidos são mais de 750 pessoas – aponta o presidente da empresa.
Gutierrez defende também o que ele chama de agricultura de forma integrada. Uma maneira de unir no segmento o sistema de produção com controle químico e biológico também. O presidente de uma das maiores empresas de defensivos no mundo garante que a indústria está preocupada com o uso excessivo de agroquímicos nas lavouras.
– Para o setor, o agricultor fazer várias aplicações não é bom. Reduz a lucratividade, aumenta a concorrência no setor e, por fim, a margem da indústria fica apertada – finaliza Rodrigo Gutierrez.
História
A Milênia Agrociências, nascida em 1998 da fusão entre as brasileiras Herbitécnica e Defensa, foi adquirida pelo grupo israelense Makhteshim Agan em 2001. Agora, o grupo unificou sua marca globalmente sob o nome Adama, que em hebraico significa terra.
A empresa é líder no mercado de produtos pós-patente, com atuação no segmento de defensivos agrícolas, intermediários químicos orgânicos e inorgânicos e produtos veterinários. No Brasil a Adama produz 170 milhões de litros de defensivos por ano nas fábricas de Londrina (PR) e Taquari (RS). A empresa tem mais de 4.500 colaboradores no mundo todo e atua em 120 países. O Brasil é responsável por 15% dos negócios do grupo.