Setor agropecuário apresentará documento oficial durante a Rio+20

Segundo ministro da Agricultura, texto contém contribuições do segmento para o desenvolvimento sustentável da atividadeO setor agropecuário apresentará, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), um documento oficial com sugestões sobre sustentabilidade na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que terá início na próxima quarta, dia 13, no Rio de Janeiro. De acordo com o titular da pasta, Mendes Ribeiro Filho, o texto contém a contribuição do segmento para aumentar a produção de alimentos, preservar o meio ambiente e erradicar a pobreza nos próximos

– Somos líderes na produção de alimentos, mas também em áreas de preservação ambiental. Isso é possível, porque estamos na dianteira da tecnologia de produção em áreas tropicais – afirmou.
 
De acordo com o documento, a produção de alimentos deve estar focada na adoção de práticas sustentáveis. O texto ressalta que o setor agropecuário deve utilizar métodos de irrigação que diminuam o desperdício de água, além de reforçar a gestão agroclimática de culturas, produzir sementes e mudas melhoradas, ampliar investimentos para desenvolver tecnologias aplicáveis a biomassa (fonte renovável de energia que utiliza organismos vivos) e priorize a diversificação de culturas.
 
O documento ainda salienta a necessidade de promover o acesso aos produtores das inovações tecnológicas agrícolas e o desenvolvimento de soluções que viabilizem a elevação do desempenho e a inserção econômica dos pequenos agricultores. Para tanto, na opinião do ministro, o Brasil deverá enfrentar o desafio de melhorar as condições de infraestrutura, logística, assistência técnica e extensão rural, expandindo os investimentos públicos e ampliando a parceria com o setor privado.
 
Programa ABC e cooperativismo
 
O Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) é ressaltado pelo ministério entre os avanços do setor agropecuário. Criado em 2010, o Programa ABC oferece crédito aos produtores rurais para a adoção de técnicas agrícolas sustentáveis. O principal objetivo, segundo o órgão, é fazer frente aos desafios trazidos pelas mudanças climáticas, com a meta de reduzir, até 2020, entre 125 a 156 milhões de toneladas a emissão de CO2 equivalentes.
 
Entre julho de 2011 e abril de 2012, produtores rurais e cooperativas contrataram R$ 840,9 milhões por meio do ABC, com juros de 5,5% ao ano praticados pelo Banco do Brasil e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O prazo para pagamento é de cinco a 15 anos e o limite de financiamento é de R$ 1 milhão.
 
As práticas financiadas pelo programa são as de plantio direto na palha, recuperação de áreas degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, plantio de florestas comerciais, fixação biológica de nitrogênio, tratamento de resíduos animais e sistemas de produção orgânica.
 
O associativismo e o cooperativismo também são frisados pelo documento do Mapa. O texto reforça que o seguimento contribui para a repartição equitativa dos benefícios da atividade econômica, propiciando benefícios sociais para o desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza.