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Setor do algodão quer apoio do governo para não demitir na entressafra

Preço subiu mais de 100% nos últimos anos, e há falta da fibra no mundoA indústria têxtil e de confecções quer apoio do governo para conseguir financiamento e formação de capital de giro no período da entressafra do algodão, que vai até julho, sob pena de colocar em risco a manutenção de empregos no setor. A preocupação foi levada nesta quarta, dia 2, ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções, Aguinaldo Diniz Filho. Ele afirmou, ao sair do Ministério

Segundo Diniz Filho, há falta de algodão no mundo e o preço subiu mais de 100% nos últimos anos.

? Nos próximos quatro ou cinco meses, o setor vai viver situação muito crítica por isso tivemos que recorrer ao governo ? disse.

A área têxtil e de confecções emprega quase 1,7 milhão de pessoas no país.

Aguinaldo Diniz Filho informou que deverá haver “alívio” no fornecimento da matéria prima no segundo semestre, pois o Brasil deverá colher 1,8 milhão de toneladas de algodão, 80% a mais do que a safra de 2010, quando foram colhidas um milhão de toneladas.

? Mas, os próximos meses vão ser perigosíssimos, em vista do preço alto e da escassez mundial do produto ? avaliou.

Produtores
Preço alto era o que faltava para estimular os produtores brasileiros. A área plantada aumentou entre 30% e 40%. Para a safra que começa em maio, 1,1 milhão de toneladas já está vendida. O empresário Marco Antônio Aluísio foi um dos que comprou parte disso. Ele fornece para o mercado interno e também para o Exterior. Quando receber a fibra, deve revender por um valor até três vezes maior que o negociado em 2010.

A safra de 2011 vai não apenas aumentar a oferta do mercado interno, mas garantir a exportação pelo menos até outubro, quando começa a colheita no hemisfério Norte.

? Ao contrário do que possa parecer, a oferta maior não vai fazer diminuir o preço em função das exportações. Como até outubro deve haver exportação, isto vai puxar o preço também no mercado interno ? diz Aluísio.

Concorrência
Diniz Filho lembra que os produtos têxteis brasileiros contam com “o agravante da concorrência predatória da China”.

Ele afirma que o país oriental afeta com a sua política de preços tanto a indústria têxtil brasileira, quanto a automobilística e a de aço.

? A concorrência da China não é igualitária, isonômica, por isso a gente precisa ter nossa defesa comercial sempre muito ativa em relação a eles ? concluiu.

Preços
Os preços estão como há muito tempo não se via. No mercado internacional, o algodão chegou a atingir o maior nível em 140 anos na bolsa de Nova York. Aqui no Brasil, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a alta acumulada só em janeiro foi de 23%, com a libra-peso acima dos R$ 3,50. Desde 1996, não era registrado um aumento tão significativo.

Preço alto era o que faltava para estimular os produtores brasileiros. A área plantada aumentou entre 30% e 40%. Para a safra que começa em maio, a expectativa é de colher 1,8 milhão de toneladas. Deste total, 1,1 milhão já estão vendidas. O empresário Marco Antônio Aluísio foi um dos que comprou parte disso. Ele fornece para o mercado interno e também para o Exterior. Quando receber a fibra, deve revender por um valor até três vezes maior que o negociado em 2010.

A safra de 2011 vai não apenas aumentar a oferta do mercado interno, mas garantir a exportação pelo menos até outubro, quando começa a colheita no hemisfério norte.

? Ao contrário do que possa parecer, a oferta maior não vai fazer diminuir o preço em função das exportações. Como até outubro deve haver exportação, isto vai puxar o preço também no mercado interno ? diz Aluísio.

Se o produtor e o revendedor consideram o preço bom, a indústria não pode dizer o mesmo. De acordo com a analista Maria de Lourdes Yamaguti, empresas maiores, que conseguem estocar a fibra, sentem menos os efeitos da alta do algodão. Porém, quem precisa comprar constantemente a matéria-prima está pagando mais caro.

Também participaram do encontro com o ministro outras entidades representativas da indústria têxtil e de confecções.

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