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Setor avalia que adiamento de censo afeta mais pequeno produtor

Porém, o setor reconhece a necessidade de haver um dado oficial, aceito por todos, e que se espera que o IBGE forneça tais informações

Fonte: Maylena Clécia/Embrapa

O adiamento do censo agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para depois de 2017 tende a prejudicar mais pequenos e médios agricultores que os grandes produtores, na avaliação de fontes do setor. “Os grandes produtores têm mais recursos para contratar uma consultoria para levantar os dados, consultoria que no dia a dia já supre o setor com dados importantes para sua atividade”, disse o diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Cornacchione.

Ele, porém, reconhece a necessidade de haver um dado oficial, aceito por todos, e que se espera que o IBGE forneça tais informações. Lembrou que nos Estados Unidos esse papel cabe ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). “Ninguém questiona as informações divulgadas pelo USDA, porque ele tem isenção, é um órgão oficial”, complementou. 

No caso específico do setor pecuário, o atraso na atualização dos dados oficiais terá pouco impacto, segundo Hyberville Neto, da Scot Consultoria, mas ele enfatiza a “lacuna” no planejamento das empresas desse setor que a falta das informações pode abrir. “O censo, embora com alguns defeitos, dá indicações de como está a demanda e é um produto interessante para as indústrias”, avaliou Neto. 

O último Censo Agropecuário foi realizado em 2007, tendo como período de referência o ano de 2006. Cornacchione lembrou que nos últimos dez anos o agronegócio passou por grandes transformações, que não estão refletidas na última pesquisa. “Um setor que mudou tecnologicamente como mudou, que tem segurado a bronca da economia nesse momento, deveria ter seus recursos preservados”, declarou.

O IBGE suspendeu o censo agropecuário após ver cortado seu orçamento em 20%. Tanto a pesquisa propriamente dita quanto os concursos públicos, que contratariam mais de 80 mil profissionais temporários, foram suspensos. O IBGE afirma que seriam necessários R$ 330,8 milhões para preparar a pesquisa, mas a Lei Orçamentária Anual (LOA) aprovada pelo Congresso reduziu o montante a R$ 266,8 milhões. O custo total estimado do censo era de R$ 1,687 bilhão – R$ 330,8 milhões seriam desembolsados neste ano e cerca de R$ 1,3 bilhão, no ano que vem. 

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