Ampliar a lista de empresas paranaenses habilitadas para exportar para a China é o principal desafio da atividade avícola do Paraná neste momento, uma vez que o segmento paranaense tem condições de atender o mercado mundial, inclusive o chinês, em níveis de qualidade e preço.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, o segmento solicita ao governo federal brasileiro que as empresas paranaenses que hoje já estão habilitadas para exportação a diversos países, com comprovadas condições para seguir as normas de qualidade e segurança alimentar, também possam exportar para a China.
Atualmente, dos 33 abatedouros associados ao Sindiavipar, 24 possuem habilitação para exportação. Desses, apenas seis são hoje certificados para comercializar carne de ave in natura para a China.
? Vamos solicitar ao Ministério da Agricultura e às autoridades sanitárias brasileiras que atuem junto ao governo chinês para ampliar o número de empresas brasileiras que possam exportar para a China ? explica.
Segundo Domingos Martins, duas ações práticas são solicitadas. A primeira delas é a negociação junto às autoridades do Brasil para que haja um pedido formal do governo brasileiro para ampliar a certificação às demais empresas nacionais que exportam frango a mercados com as mesmas exigências sanitárias quea China. A outra estratégia é convidar que missões empresariais da China visitem o Paraná para conhecer de perto o padrão de qualidade da produção avícola brasileira.
De acordo com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a abertura do mercado chinês deve impulsionar as exportações brasileiras de frango.
? A abertura desse mercado deve aumentar as exportações em 5% no que resta do ano e em 10% já a partir de 2010 ? afirmou o ministro.
Segundo o presidente do Sindiavipar, a perspectiva é de que a abertura do mercado chinês traga um novo impulso às exportações brasileiras de frango.
? Se cada chinês fosse comprar um quilo de carne de frango do Brasil hoje, seriam necessários 1,4 bilhão de quilos. Isso é equivalente a dois meses de produção ? calcula Domingos Martins. Por isso, ele avalia como positiva a abertura oficial do mercado chinês ao frango brasileiro, mas prega cautela ao segmento para que não haja um excedente de produção parado no mercado interno.
? O crescimento da produção deve acontecer de forma ordenada, acompanhando o aumento da demanda, e não ao contrário ? recomenda.
O início dos embarques brasileiros representa o retorno das exportações diretas do produto nacional para a China. Antes da liberação do comércio de frango com o Brasil, a China consumia o frango brasileiro via Hong Kong, um dos principais mercados consumidores do frango do Paraná. A compra era indireta, já que o produto ia primeiro para Hong Kong e depois era redirecionado ao continente.
A triangulação nos negócios era um empecilho para o avanço das exportações brasileiras naquela região. Isso porque a limitação da comercialização encarecia os custos logísticos e diminuía a competitividade do produto brasileiro ? em especial porque o frete ficava mais caro devido ao maior trânsito do produto final.
As negociações entre os dois países para a abertura de mercado começaram em 2005, e as primeiras empresas foram habilitadas no ano seguinte. No entanto, o acordo só foi concluído no final do mês passado e os primeiros embarques ocorreram no início do mês de junho.
A China é hoje o segundo maior consumidor de carne de frango do mundo. A estimativa é de que neste ano os chineses consumam cerca de 12,34 milhões de toneladas de frango, desempenho 8,13% superior ao ano passado. O potencial deste mercado é visto como uma boa estratégia de expansão para o setor avícola paranaense, uma vez que o estado é o principal produtor nacional do produto e divide com Santa Catarina a liderança nas exportações de frango de corte. No ano passado, o segmento avícola do Paraná abateu 1.222.123.962 cabeças de frango.
Neste ano, no período de janeiro a abril, foram abatidas 388.590.552 cabeças de frango, desempenho que coloca o Paraná como o maior produtor nacional de frango de corte.