? A capacidade produtiva de biodiesel existente no Brasil hoje já é suficiente para implementarmos a mistura de 10% sem problemas ? afirma Klein.
O executivo diz que o mercado encontra-se estagnado, com capacidade produtiva de 5,1 bilhões de litros, mas demanda efetiva de apenas 2,4 bilhões de litros.
? Se não houver um novo marco regulatório, que mostre um crescimento gradual da mistura no médio e longo prazo, dificilmente haverá novos investimentos no setor ? alertou.
O setor trabalha com a possibilidade de um horizonte de mistura de 20% de biodiesel no diesel em 2020. Para embasar a necessidade deste novo marco regulatório, a Ubrabio encomendou um estudo para a FGV Projetos, unidade de extensão de ensino e pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, que já realiza vários projetos no setor de etanol. Segundo esta pesquisa, para atingir os 20% de mistura em 2020, o setor precisará de investimentos de R$ 7,36 bilhões nos próximos dois anos.
? Para atender o B20, a capacidade produtiva do setor teria que ser de 14,3 bilhões de litros ? disse o coordenador de projetos da FGV Projetos, especialista em biocombustíveis, Cleber Guarany.
Atualmente, 78% do biodiesel produzido no Brasil utiliza a soja como matéria-prima, 16% o sebo bovino, 3% o óleo de algodão e outras oleaginosas são responsáveis pelos outros 3%. De acordo com Guarany, a soja continuará sendo a principal fonte de matéria-prima no longo prazo, mas a participação das outras oleaginosas tende a crescer, atingindo 25% em 2020, ante uma redução da soja para 70%. A participação do sebo bovino e do algodão deve recuar para menos de 5% cada um.
No caso do óleo de soja, a demanda atual de 1,88 bilhão de litros deverá crescer para 10,025 bilhões de litros em 2020. A participação de outras oleaginosas na produção, incluindo óleo de palma, pinhão manso, girassol, mamona e outros, deve crescer de 118 milhões de litros para 3,38 bilhões de litros no período analisado, de acordo com o estudo da FGV.