>>Semana Internacional do Café fechará negócios e discutirá crise no setor
No evento, uma vitrine mostra as regiões produtoras do grão. Além de expor o produto, realizam bons negócios. Produtores de todo país enviaram 164 amostras de cafés de qualidade, mas apenas 72 ganharam o direito participar de uma rodada de negócios. De um lado a seção de provas, e de outro cafeicultor e comprador frente a frente negociando.
Em outra plataforma do evento, em quatro dias o volume negociado deve gerar mais de um R$1.5 milhão.
– Nós segmentamos o mercado internacional e também nacional para, justamente, trazer estes compradores que demandam por cafés de excelente qualidade acima de 80 pontos. Esses compradores já chegam sabendo o que querem levar para seus respectivos países, inclusive a gente chama de a terceira onda do café de extreme qualidade cafés especiais – destaca o analista técnico do Sebrae, Marcos Antonio Teixeira.
O stand que representa a agricultura familiar, chamado de Cafés do Brasil Rural Contemporâneo, prova que com organização é possível atravessar as crises de baixos preços e manter a sustentabilidade dos produtores. Uma seleção que envolve nove cooperativas e uma associação de seis Estados, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Rondônia.
– Para que suas lavouras tenham maior produção e para que o produto final consiga atender diversos padrões que o mercado exige, essas ações na área de certificação, incentivo a certificação são importantes para apresentar ao consumidor. É bom todo o apelo social que a agricultura familiar possui – destaca o consultor cadeia do café, Victor Rossi.
O presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo (Coopfam), do sul de Minas Gerais, Clemilson Pereira, possui 90 produtores cooperados. Ele destaca que, pouco mais de 200 hectares, produzem quatro mil sacas e exportam para o mundo inteiro com o apelo social e o produto orgânico. Do café verde passaram a industrializar, o torrado e moído com marca própria, investimento, certificação e qualidade, assim os produtores não são atingidos pela crise dos preços.
– A gente consegue garantir a sustentabilidade dos pequenos produtores da nossa organização porque o café orgânico, hoje, está sendo vendido a mais de 100% a mais do que o mercado comum. Em torno de R$ 550 livre para o produtor, se fosse a R$ 290,00 ficaria insustentável – diz Pereira.
O presidente destaca que tem novidade para o ano que vem. A marca Café Familiar da Terra foi escolhida pelo Ministério do desenvolvimento Agrário para ser comercializada nos pontos turísticos durante a copa do mundo.
– Graças a Copa do Mundo estamos lançando café no mercado. É uma oportunidade que a gente está vendo com muita alegria, satisfação e muita perspectiva de grandes negócios aqui mesmo no Brasil – destaca.
A produtora de café, Érika Ruiz, conta que Café Orgânico Feminino, um marketing que revela a força das mulheres cafeicultoras que estão unidas e com espaço garantido no mercado. Érika administra, desde 2010, a fazenda do pai sem medo de enfrentar mais uma onda de preços baixos.
– Todo mundo tem que ficar preocupado, mas barreiras servem para serem enfrentadas. Temos que planejar. Eu sei o que vai acontecer lá na fazenda daqui um ano tenho, pois tenho planejamento disso, mas estamos reduzindo custo, tentando diminuir alguma coisa para não sentir tanto – diz ela.