Entidades do agronegócio se encontraram em Brasília, para discutir formas de evitar novas tributações para grãos
O setor da soja se reuniu em Brasília nesta quarta, dia 24, para discutir propostas em conjunto para a cadeia produtiva do grão em todo o país, a discussão ocorreu durante a Câmara Setorial da Soja, do Ministério da Agricultura. Um dos itens que mais está incomodando os agricultores é o decreto estadual de Goiás que alterou a cobrança de ICMS sobre as exportações de soja e milho. Os produtores querem que a lei seja revogada.
De acordo com o diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja Goiás), Cristiano Palavro, desde o dia em que medida foi tomada, a rentabilidade na produção já caiu.
– Os preços negociados em Goiás já caíram 4%, o equivalente a R$3,00 por saca. O decreto dificulta ainda mais a competitividade do setor. Depois dessa medida, acredito que Goiás será o último estado escolhido para fazer comércio com as trades, situação tenebrosa para uma produção de mais de 10 milhões de toneladas de soja – explica Palavro.
Para o presidente da Câmara Setorial da Soja, Glauber Silveira, o setor deve ter muita cautela e união, pois tal medida pode ser estendida para outros estados.
– Hoje é o estado de Goiás, amanhã pode ser qualquer outro estado produtor, por isso temos que nos mobilizar, criar uma agenda coletiva e quando houver a manifestação não será só Goiás serão produtores de todo o Brasil contra mais uma taxação para classe – alerta.
Segundo a Aprosoja Brasil, o encontro em Brasília foi o primeiro passo para organizar a agenda coletiva e assim todo o setor trabalhar contra tal taxação.
Ainda durante a reunião da Câmara da Soja foi tratado sobre a falta de recurso destinado ao seguro rural. Segundo o presidente da Câmara, a subvenção do governo não é para todos.
– Somos obrigados a fazer um seguro e o governo na hora de pagar parte do seguro não cumpre seu papel, aí quem vai pagar somos nós, os produtores. Infelizmente a participação do seguro rural no Brasil vem diminuindo – explica Glauber Silveira.
O corte de mais de 300 milhões que seriam destinados ao seguro agrícola, anunciado pelo Mapa, é motivo de preocupação para o maior estado produtor da oleaginosa. De acordo com o dirigente da Aprosoja MT, Endrigo Dalcin, na próxima safra o produtor não vai poder contar com os recursos do governo, ainda que queira.
– Esse ano, na safra 2015/2016 nós tivemos adversidade climática e daí a necessidade de acionar o seguro. Reconhecemos que é uma ferramenta importante para gerar segurança, mas precisa ser aperfeiçoado para ter novos níveis de cobertura e diminuir o valor do prêmio, que a cada ano está mais dispendioso – diz Dalcin.
Na reunião, o setor da soja também mostrou preocupação com a ferrugem asiática e um controle melhor por parte do Ministério da Agricultura com relação ao capim fenegoso, que reapareceu em lavouras comerciais de Mato Grosso nesta safra, uma consequência do aumento de soja convencional no estado.
Com informações da Aprosoja Brasil