O Sul é o maior produtor de fumo do país, e estima atingir nesta safra uma área plantada de 298 mil hectares. No Rio Grande do Sul, estado responsável por metade da produção brasileira, o setor produtivo tem buscado maior valorização do tabaco junto à indústria. Por lá, o plantio já foi feito. A expectativa é que o tamanho da safra seja parecido com o do ano passado.
Para Paulo Vicente Ogliari, gerente técnico da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), tudo indica que o produtor gaúcho deve plantar a mesma quantidade em relação a safras anteriores, a fim de evitar que uma super oferta prejudique a comercialização. A colheita pode chegar a 346 mil toneladas de fumo.
O produtor Cristiano Sehn – que repetiu o plantio de 125 mil pés do ano passado – estima colher 22 toneladas de fumo. Apesar da preocupação com o clima, principalmente com uma possível incidência de granizo, ele afirma que a expectativa para este ciclo é boa.
Classificação
De olho na colheita gaúcha, que começa em 20 dias, o setor produtivo quer diminuir a diferença de preço entre as duas melhores classificações do fumo na indústria. A ideia é remunerar melhor o produtor rural.
O gerente técnico da Afubra afirma que já existe um estudo de entidades junto a indústrias para reestruturar a classificação e aproximar a precificação do produto. Com isso, o produtor não perderia tanto tempo para realizar o processo de desclassificação entre uma categoria e outra.
“Sempre dizem que a nossa região aqui é campeã de produção de fumo. Eu acho que a gente poderia ter uma valorização melhor na hora da venda do tabaco. Quanto mais qualidade, melhor a tua venda, e a gente sempre procura fazer com qualidade”, afirma o produtor Cristiano Sehn.
Outra mudança que o setor espera se refere ao maior rigor em relação ao comércio ilegal de cigarros contrabandeados. Um decreto assinado pelo presidente Michel Temer estabelece mais investimentos nesse controle.
O presidente da Afubra, Benício Werner, projeta uma fiscalização maior da produção, tanto pela Receita Federal quanto pela Polícia Federal. Mas, para isso se tornar realidade, ele acredita que o governo precisa de um orçamento maior para que as duas instituições possam, de fato, fazer o trabalho previsto no decreto.