A Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) prevê crescimento de 22% na receita do segmento de fertilizantes especiais em 2017, com estimativas de R$ 7,1 bilhões. No ano passado, o faturamento aumentou 11,5% e atingiu R$ 5,8 bilhões. O crescimento anual de dois dígitos do setor ocorre ao menos desde 2014, segundo estudo divulgado pela entidade nesta quarta-feira, dia 5.
O estudo foi feito com 459 empresas, as quais possuem 565 fábricas de fertilizantes foliares, orgânicos, biofertilizantes, condicionadores de solo e substratos para plantas em 19 estados brasileiros e no Distrito Federal. Do total de empresas, 36,8% faturam menos de R$ 2 milhões por ano e, no topo da receita, apenas 3,5% faturam mais de R$ 100 milhões anualmente.
“O crescimento do segmento ocorre justamente pela grande necessidade da agricultura nacional de ser mais competitiva, pois já tem boas sementes, bons equipamentos, mas precisa de mais produtividade na mesma área. E vender tecnologia além da já oferecida pelos fertilizantes tradicionais é exatamente o que o setor faz, já que investimos R$ 295 milhões em pesquisa por ano”, disse o presidente da Abisolo, Roberto Levrero.
O levantamento apontou que a maior cultura do país, a soja, representa 45% do consumo desses fertilizantes especiais, seguida pelo milho, com 13%; o segmento de frutas, legumes e verduras, com 11%; café, com 8%, e cana-de-açúcar, com 5%. No entanto, a pesquisa apontou as quedas nos preços da soja e do milho como as principais incertezas dos empresários para atingir o faturamento esperado, seguido de problemas com crédito ao produtor e turbulências políticas.
“Apesar da queda nos preços, o milho mostra um crescimento real e o mercado de soja vem se mantendo há vários anos. A queda na receita dessas culturas é normal, mas o produtor não vai deixar de plantá-las”, disse Levrero. “Já a cana tem um grande potencial de crescimento”, completou.
O levantamento, divulgado durante o Fórum da Abisolo, que termina nesta quinta-feira, 6, em Campinas (SP), apontou ainda um aumento nos custos das empresas de 14% no ano passado. A alta foi puxada principalmente pelo crescimento de 40% no preço das matéria-prima para a produção dos insumos. Os insumos importados representam 45% dos custos totais.
“O dólar encarece insumo de um lado, mas também ajudou o produtor a comercializar melhor sua safra”, concluiu o presidente da Abisolo.