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Setor de máquinas agrícolas rejeita aumento da alíquota para o aço

Elevação teria forte impacto no custo de equipamentos para o campo. Fornecedores desses segmentos seriam empresas sem poder de negociação de preços 

Fonte: Pixabay/Divulgação

O setor de máquinas agrícolas está entre os mais afetados por um eventual aumento da alíquota de importação do aço, em análise pelo governo federal. Além dele, as cadeias de ônibus e caminhões também são apontadas como as que mais serão prejudicadas em caso de aprovação da medida, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. 

“Somos contrários ao aumento da taxa de importação do aço porque entendemos que ela pode causar um forte impacto no custo dos veículos, especialmente destes segmentos”, declarou Moan. 

Uma das razões para isso, de acordo com o presidente da Anfavea, é que a cadeia de fornecimento de aço para estes setores é mais diversificada e formada por empresas com menor poder para negociar preços e absorver custos. Fabricantes de máquinas agrícolas, por exemplo, compram peças de aço de empresas que, por sua vez, adquiriram a matéria-prima de distribuidores de aço. 

Moan, contudo, não informou de quanto seria o impacto do aumento da alíquota para estes segmentos. A alta nos custos, de acordo com o executivo, variaria de acordo com o porcentual de aço utilizado por cada empresa, em seus diferentes modelos de máquinas. 

Na quarta-feira, dia 20, o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria e Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, disse que, considerando que o aço representa em torno de 10% do preço de venda final de uma máquina agrícola, se a alíquota sobre a importação do metal passar dos atuais 12% para 24%, por exemplo, uma máquina agrícola poderia ficar até 1,5% mais cara.

Moan salientou que a entidade participou de duas reuniões sobre o assunto com representantes do governo. Não foi definida, nestes encontros, a data em que o grupo de trabalho formado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Casa Civil, Ministério da Fazenda e Câmara de Comércio Exterior (Camex) irá divulgar a conclusão dos estudos. 

“A informação que nós temos é que o grupo técnico concluiu a análise técnica, mas não levou o trabalho para os escalões superiores”, afirmou Moan. 

Nas reuniões, a Anfavea se posicionou contra o aumento da alíquota, argumentando que qualquer reajuste vai provocar impacto nos preços de produtos no mercado interno, como já ocorreu em ocasiões no passado. Também questionou o fato de o governo não ter apresentado informações precisas sobre quais tipos de aço sofreriam reajuste de alíquota ou qual seria o aumento.

A entidade apresentou, ainda, um documento com o detalhamento dos tipos de aço usados por cada cadeia de máquinas. Automóveis, por exemplo, utilizam mais aço laminado plano. Já o setor de máquinas agrícolas depende de tubos, aços forjados e polidos, segundo Moan.

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