De janeiro a junho deste ano, a indústria de máquinas e equipamentos faturou pouco mais de R$ 29 bilhões ? 19,4% a menos que no mesmo período de 2008. Ainda assim, mês a mês o setor vem registrando crescimento médio de 5,5%. A queda do rendimento semestral foi maior para os fabricantes de máquinas e implementos para agricultura, que teve o pior resultado computado pela Abimaq: a redução foi de quase 38%, fechando em R$ 2,605 bilhões, contra mais de R$ 4 bilhões nos primeiros seis meses de 2008. As vendas externas também caíram significativamente: 49%.
A boa notícia é que, segundo a Abimaq, esse cenário de quedas constantes deve começar a mudar nos próximos meses. Isso graças às medidas anunciadas pelo BNDES na última semana, que permitirão a compra máquinas e equipamentos com taxa de juros fixa de 4,5% ao ano, com 10 anos para pagar, sendo dois de carência. E é isso que, de acordo com a Abimaq, vai ajudar a movimentar o faturamento do setor de máquinas e equipamentos daqui pra frente. Mas, ainda assim, não deve ser suficiente para evitar uma queda já projetada de 14% a 24% para este ano.
Mas a Abimaq lembra que só essas medidas não bastam. A entidade continua defendendo reformas estruturais como a desoneração do setor. Outra preocupação é com o aumento do desemprego na indústria de máquinas. Desde outubro do ano passado, quase 18,6 mil postos de trabalho foram perdidos, sendo cerca de 4 mil só no setor de maquinário agrícola. A entidade estima que até o fim do ano o número de desempregados chegue a 35 mil.