Segundo o presidente da Associação Brasileira da Industria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, a carga tributária teve reflexo no desempenho dos indicadores conjunturais do primeiro trimestre deste ano. Dados do departamento de economia e estatística da Abimaq mostram que o faturamento dos primeiros meses de 2009 foi o pior dos últimos seis anos. Ficou em pouco mais de R$ 13 bilhões, o que representa uma queda real de 25,3% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Em março de 2009, o setor apresentou uma recuperação se comparado ao desempenho de fevereiro do mesmo ano. O faturamento chegou a R$ 5,5 bilhões, 30,7% de aumento, o que não significa, segundo o presidente, uma tendência.
? Nós precisamos ainda ver como é que se comportou abril, que não temos números de abril, e como é que vão ser os números de maio, mas o sentimento nosso é que a gente está um pouquinho acima do fundo do posso. Mas está muito ruim.
Os números do último levantamento do setor mostram também que houve queda de 24,5% nas exportações e aumento de 3,6% nas importações nos primeiros meses deste ano. Outro dado preocupante, segundo o presidente, é referente ao nível de emprego. De janeiro a março, o setor fechou quase 15 mil postos de trabalho no Brasil. E nos próximos quatro meses este número deve chegar a 50 mil. O presidente da Abimaq criticou também as recentes medidas de incentivo à indústria, adotadas pelo governo federal. Segundo ele, a redução do IPI não é suficiente para a recuperação da economia do Brasil.
? Não é só o IPI. Você tem uma carga tributária, em média, no setor de bens e capital de quase 35% O governo tem adotado medidas que estão ajudando, mas estas medidas são de curto espaço de duração. Você reduzir IPI de automóvel e geladeira é uma medida boa? É, mas só que na hora que você voltar pára. Isso é um antitérmico. A gente tem que atuar na causa. Qual é a causa? É a maior carga tributária do mundo. É nisso que nós temos que atuar.