De acordo com o levantamento da Campanha Nacional de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo, no ano passado, 2.553 pessoas que trabalhavam no setor sucroalcooleiro foram resgatadas da escravidão. Elas representam 49% dos trabalhadores libertados. A pecuária aparece em segundo lugar, com 1.026 resgates. Ao todo, 5.244 trabalhadores foram resgatados em 2008 durante ações de fiscalização que atenderam 214 denúncias.
A Comissão Pastoral da Terra informou que desde 2007 a utilização de mão-de-obra escrava vem crescendo no setor da cana-de-açúcar, com a mesma velocidade que cresce o interesse pela atividade. Os canaviais concentram números maiores de trabalhadores e a média é de 142 resgates em cada flagrante, enquanto nas outras atividades a média é de 14 pessoas libertadas.
Apesar de o setor sucroalcooleiro, em especial no Centro-Oeste, se destacar pela quantidade de envolvidos e resgatados, a Amazônia lidera o número de casos identificados: 59,3% das operações de fiscalização foram realizadas na região e 1.679 trabalhadores foram resgatados. Os Estados que registram o maior número de denúncias são Pará, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins.
Segundo a Pastoral, duas ferramentas são importantes para coibir o crime: o Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho, e também a Lista Suja, com os nomes de produtores que utilizam mão-de-obra escrava, o que impede investimentos em propriedades flagradas com trabalhadores escravos e prejudica negócios. Em 2008, 203 pessoas tiveram seu nome incluído na lista, 50 do Estado do Pará.