Segundo ele, há mais de três anos o setor sofre com a falta de recursos para crescer e atualmente, não há sinalização de novos investimentos. Para Carvalho, um dos motivos que inibe os investidores é o alto custo de produção da cana-de-açúcar.
? Para se produzir uma tonelada de cana, são necessários entre US$ 120 e US$ 150. Além disso, há grande dificuldade das usinas conseguirem recursos. Somente três, dos grandes grupos produtores têm capital aberto.
Para os analistas, a falta de investimentos está relacionada à incerteza de políticas publicas voltadas para o setor, que aguarda uma intervenção da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), responsável pela regulação do setor. As mudanças na gestão do setor e os preços instáveis dão aos investidores o sentimento de incerteza, afirma o chefe de pesquisas e agronegócios do Rabobank, Andy Duff. Segundo Duff, após a definição do governo brasileiro, novos investimentos podem ser anunciados. O executivo se refere ao plano que deve ser anunciado pela ANP nos próximos meses.
O analista de mercado da Datagro Consultoria, Plínio Nastari, afirma que desde 1992 o setor sucroalcooleiro não participa de eventos relacionados ao planejamento energético.
? Se não há definição sobre as metas de participação do setor na matriz energética, não há como incentivar os investimentos ? afirma Nastari
Segundo ele, o etanol respondeu em 2010 por 45% da matriz dos combustíveis. Este ano, a expectativa é de que essa participação caia. Para o analista, para dar segurança ao setor, são necessárias ações como aumentar a produção de cana-de-açúcar, reduzir os custos de produção, treinar a mão-de-obra e, principalmente, planejar a próxima fase de expansão.
? O setor está perdendo uma grande oportunidade de ganhar dinheiro por não investir. Quanto maior a oferta, maior será a demanda.