Setor sucroenergético debate estratégias para aumentar produção de bioeletricidade no Brasil

Falta de políticas públicas voltadas para o setor freia crescimento da bioeletricidadeA bioeletrecidade produzida a partir da cana-de-açúcar e da palha de arroz é a segunda fonte de energia mais produzida no Brasil. Nesta terça, dia 1, em Brasília, representantes do setor e do governo federal se reuniram para discutir estratégias e perspectivas para melhor aproveitamento da matéria-prima e ampliar este mercado.

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Atualmente, cerca de 1,5 gigawats de bioenergia são produzidas por ano no país. Segundo especialistas que participaram do encontro na Comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados, o país tem potencial para aumentar a produção para 22 gigawats, o que equivaleria ao volume de energia de duas usinas de Itaipu. No entanto, a falta de políticas públicas voltadas para o setor tem freado este crescimento.

– Se misturar todas as fontes de energia num leilão só, como eólica e biomassa, sem valorizar as externalidades e as especificidades de cada uma, não vai ter uma política consistente – salientou o presidente da Biosul, Roberto Holanda.

Os parlamentares concordam e já estudam medidas para mudar o sistema de leilões e negociam novas regras para melhorar e baratear a distribuição de energia.

– Onze de nós estão discutindo com a Aneel essas regras de conexão, para que elas possam ocorrer e leiloes específicos; nós propomos de forma regionalizada e por fonte de energia. Assim, teremos uma fonte de energia mais barata e capaz de gerar mais empregos – afirma o deputado e presidente da Comissão, Arnaldo Jardim.

O Ministério de Minas e Energia rebateu as criticas e garantiu que os leilões, assim como a construção de novas usinas, atendem a demanda do país.

– Os montantes que temos de hidroelétricas para construir, de usinas eólicas e biomassa são enormes, mas não vamos construir porque não tem demanda no mercado brasileiro. Nós realizamos leilões e neles são estabelecidas diretrizes que refletem a política energética estabelecida pelo Ministério de Minas e Energia para que a nossa matriz continue sendo renovável, limpa e competitiva – destaca o secretário de planejamento e desenvolvimento energético do MME, Altino Ventura Filho.

O Ministério de Minas e Energia falou também sobre os recentes apagões e falhas na rede, principalmente em zonas rurais, e que tem comprometido o agronegócio.

– No que diz respeito à distribuição é de responsabilidade das distribuidoras, das 64 empresas no Brasil. Existe a nossa agência reguladora, que faz um papel de fiscalização e acompanhamento. Nós não queremos multar as empresas, queremos que o serviço tenha boa qualidade – conclui Ventura Filho.

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