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Setor sucroenergético precisaria de novo Pesa, avalia consultor

Dívida do setor é de R$ 60 bilhões e 67 usinas em recuperação judicialCom uma dívida de R$ 60 bilhões e 67 usinas em recuperação judicial, o setor sucroenergético precisaria de um novo Programa Especial de Saneamento de Ativos (Pesa) e até 20 anos para ser restabelecido, na avaliação de Marcos Françóia, sócio e diretor da MBF Agribusiness, que participou do seminário do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise), em Sertãozinho (SP).

O Pesa foi criado em 1998 e os produtores de açúcar e etanol conseguiram prorrogar as dívidas por até duas décadas com juros de 3% ao ano.

– O problema é que muitas empresas não honraram a dívida por incompetência na gestão e não por problema financeiro – afirmou o consultor.

Ele considera que a crise financeira de 2008, com mais de 30 usinas em recuperação judicial nos dois anos seguintes, era sistêmica e agravou a situação financeira do já combalido setor produtor de açúcar, etanol e energia.

Das 67 usinas em recuperação judicial, 38 delas estão na região Sudeste, 14 no Nordeste, 13 no Centro-Oeste e duas na Região Sul, onde a produção se resume basicamente ao Paraná. Os dados da MBF apontam que quase 83% dessas usinas têm dívidas acima de R$ 100 por tonelada de cana processada, valor correspondente ao faturamento médio do setor, e em algumas delas as dívidas superam R$ 400 por tonelada de cana.

A crise trouxe, segundo a MBF, a demissão de 100 mil trabalhadores diretos e outros 200 mil indiretos em um setor que emprega 1,5 milhão de pessoas diretamente e 2,5 milhões indiretamente.

– Não adianta melhorar preço (dos combustíveis) porque qualquer política econômica daqui pra frente não vai melhorar o setor – afirmou Françóia.

Agência Estado
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