O presidente do SIMERS, Claudio Bier, lamentou o ocorrido.
? Isso é muito ruim para nós. Vamos conversar com as altas esferas do governo brasileiro para tentar retomar a normalidade dos negócios com a Venezuela.
Entre os países latino-americanos, a Venezuela é um dos principais compradores de implementos agrícolas do Brasil. No domingo passado, Chávez expropriou a maior revenda de insumos e equipamentos agrícolas, a Agroisleña, que mantém cerca de 60 lojas e é responsável por cerca de 60% da importação de máquinas agrícolas do Brasil.
O presidente do SIMERS lembra que, durante a crise financeira internacional, em 2008, as indústrias brasileiras haviam sofrido outro revés nas vendas para a Venezuela. Na época, o governo Chávez havia acertado com a Argentina a compra de US$ 1 milhão em máquinas agrícolas, pagando os argentinos com petróleo.
? Agora temos mais essa perda ? lamenta Bier.
Naquela ocasião, Bier pediu providências ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o governo brasileiro não conseguiu interferir no processo.
Com a expropriação da Agroisleña, os venezuelanos estão pedindo para os empresários brasileiros não embarcarem mais equipamentos, com medo de perdê-los para o governo.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), as exportações de equipamentos agrícolas para Venezuela somaram US$ 65 milhões entre janeiro e agosto deste ano. Em 2009 inteiro, as vendas para o país atingiram US$ 97,7 milhões. Conforme a Abimaq, com o real valorizado e a perda de competitividade dos produtos brasileiros no Exterior, a Venezuela passou a ser um comprador importante para os implementos agrícolas brasileiros.