Simpósio de genética molecular de plantas reúne pesquisadores internacionais na Serra Gaúcha

Pioneiro no método de transgênia vegetal, o belga Marc Van Montagu é um dos palestrantes do encontroGrandes nomes da ciência mundial estão reunidos em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, para o IV Simpósio Brasileiro de Genética Molecular de Plantas. Entre os palestrantes, está presente o pioneiro no método de transgênia vegetal, o belga Marc Van Montagu.

O cientista começou sua experiência na área como químico, em 1951. Em 1969, ao pesquisar sobre câncer, ele decidiu estudar as plantas, e acabou descobrindo o mecanismo de transferência de genes para vegetais.

Van Montagu afirma que está aposentado e que as novas descobertas estão nas mãos dos novos cientistas. Segundo ele, é necessário que os  profissionais tenham maior domínio sobre aplicação e utilização da pesquisa.

Durante o simpósio, diferentes temas da genética molecular das plantas, selecionados por cientistas de todo o mundo, serão apresentados. O objetivo é aproximar pesquisadores de estudos básicos e de ferramentas genômicas.

A pesquisadora da Embrapa Maria de Fátima Grossi de Sá aponta que o evento agrega muito ao agronegócio brasileiro.

– Estresse biótico, patógeno, insetos, pragas e vírus são problemas de grande demanda no país. Por exemplo, temos um lepidoptero que vem atacando fortemente as culturas de soja, algodão e milho. Eventos como esse são importantes para se discutir estratégias – destaca.

O professor de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Marcelo Gravina pesquisa sobre a criação de um gene para tornar a agricultura sustentável. A pesquisadora do departamento de Genética Márcia Pinheiro Margis descobriu por que a cultivo do arroz é resistente ao alumínio.

– Existem variedades de arroz que são tolerantes ao alumínio e nós descobrimos a existência de uma proteína que é capaz de explicar como ela funciona. Nós podemos pensar que isso pode, no futuro, ter uma aplicação em outras culturas – diz a pesquisadora.

Um dos benefícios do simpósio é que as descobertas poderão ser utilizadas, ou dar base de conhecimento, para o cultivo de outras culturas. O encontro termina na próxima sexta, dia 12.