O índice Xangai Composto, o principal da China continental, subiu 1,47%, a 2.343,57 pontos, alcançando o maior nível desde 6 de março de 2013. O Shenzhen Composto, que acompanha empresas chinesas menores, avançou 1,4%, a 1.309,14 pontos. Na terça-feira foi divulgado o índice de crescimento industrial da China, que surpreendeu ao subir para 50,5 na leitura preliminar de setembro, de 50,2 em agosto. O dado positivo veio após uma série de indicadores fracos que apontavam para uma desaceleração maior do que se estimava na China.
No início da semana, o mercado temia notícias sobre o desaquecimento da economia chinesa, já que o Ministro de Finanças da China, Lou Jiwei, disse que o governo de Pequim não vai mudar sua política drasticamente apenas por causa da fraqueza de um ou outro indicador econômico. E, ainda no último domingo, afirmou que o crescimento chinês permanece dentro da zona de conforto. Economistas alertam para os possíveis efeitos de um desaquecimento na economia chinesa.
– Estamos dentre os países que mais serão afetados por essa desaceleração, já que exportamos boa parte de nossa produção de matérias primas para lá. O fator mais negativo dessa desaceleração é que ela não é algo episódico, restrito à econômica daquele país-continente. A ideia de que o crescimento da China pode estabilizar em ritmo menor abala a confiança global – afirma o economista Pedro Paulo Silveira.
Diante de todos esses dados, os produtores brasileiros desejam saber o real potencial de consumo da China e se há possibilidade de ter preços remuneradores na cadeia da soja para as próximas safras. O diretor do SIM Consult, Liones Severo, afirma que a grande safra de soja norte-americana, não será suficiente para por fim ao ciclo de preços elevados para a oleaginosa porque esses preços deprimidos estão aumentando a demanda além da já constituída.
– Baseado nos dados econômicos dos nossos maiores consumidores, o mercado asiático, nos permitimos dizer que os preços da soja serão competitivos para a safra de 2014/2015. Tanto é verdadeira essa afirmação que os preços do mercado físico continuaram acima dos US$ 13.00 por bushel, mesmo depois da derrocada dos preços da Bolsa de Chicago – conclui.
Nesta quarta cedo, o mercado financeiro reagiu com alta aos bons indicadores econômicos divulgados sobre a China. Apesar do alerta feito pelo Goldman Sachs de que a expansão chinesa pode de fato perder força, quando reduziu previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2015, de 7,6% para 7,1%.