Nesta quinta-feira (1º), os maiores sindicatos de agricultores na França, o FNSEA e o Jeunes Agriculteurs, pediram o fim dos bloqueios nas estradas do país.
Os sindicatos tomaram a decisão depois que o governo anunciou uma série de medidas para atender os agricultores.
“Decidimos que, neste momento, em vista de tudo o que foi anunciado, [haja] uma mudança no nosso modo de atuação. Convidamos as nossas redes a suspender os bloqueios e a entrar numa nova forma de mobilização”, disse o presidente do sindicato Jeunes Agriculteurs, Arnaud Gaillot. Agricultores realizam protestos desde 18 de janeiro.
O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, apresentou as medidas que o governo planeja tomar. Dentre elas, está o fornecimento de 150 milhões euros em assistência social e fiscal “a partir deste ano e no longo prazo”.
O premiê francês também disse que o país adotará uma “cláusula de proteção” para impedir a importação de frutas e vegetais tratados com pesticida tiaclopride. A substância é proibida na França.
Segundo o primeiro-ministro, o país deixará ainda de impor regulamentações mais rigorosas aos agricultores. Também afirmou que o governo planeja incluir em lei o “princípio de soberania alimentar”, aumentar os limites de isenção para heranças agrícolas e proteger a renda dos agricultores.
Protestos de agricultores continuam na Europa
Nesta quinta-feira, agricultores jogaram ovos e pedras no Parlamento Europeu em Bruxelas, na Bélgica, fizeram fogo perto do prédio e soltaram fogos de artifício ao exigirem que os líderes da União Europeia façam mais para ajudá-los com impostos e custos.
Contra regulamentações ambientais e importações de países de fora do bloco, agricultores da Itália, Espanha e outros países europeus participaram do ato em Bruxelas, que coincidiu com uma cúpula da UE.
Embora as queixas locais também variem, a crescente agitação, também observada em Portugal, Grécia ou Alemanha, expõe as tensões sobre o esforço da UE para combater as mudanças climáticas.
Os agricultores já garantiram várias medidas, incluindo as propostas da Comissão Executiva do bloco para limitar as importações de produtos agrícolas da Ucrânia e afrouxar algumas regulamentações ambientais sobre terras em pousio, as quais vários líderes da UE saudaram ao chegarem à cúpula.
Mas eles afirmam que isso não é suficiente e que estão sufocados por impostos e regras verdes e enfrentam a concorrência desleal do exterior.
Embora a crise dos agricultores não esteja oficialmente na agenda da cúpula da UE, que até agora se concentrou na ajuda à Ucrânia, um diplomata da UE disse que a situação dos agricultores seria discutida.