– O porto é lugar de passagem, não é armazém. Isso evita bloquear o porto com grão que ainda não foi vendido – diz.
O diretor empresarial da Appa afirma que ainda não há atrasos para carregamento de navios. Problemas são registrados apenas com 10 navios de fertilizantes, que trouxeram produto para descarregar no porto.
– Temos 67 navios no line up de Paranaguá. Três estão carregando e 15 têm carga parcial no corredor de exportações, à espera de produto para completar a carga. Outros 49 navios chegaram antes da previsão, que é abril ou maio – afirma Fregonese.
Ainda assim, a iniciativa recebe críticas do setor produtivo. A Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) avalia que a medida está, de fato, evitando o excesso de caminhões na chegada ao porto, mas, em contrapartida, o veículo nem consegue sair da região produtiva, dificultando o escoamento e armazenamento.
– O ponto básico é que produtores, cooperativas e exportadores estão pagando por isso – disse o superintendente-adjunto da Ocepar, Nelson Costa.
Costa argumenta que há milho da safrinha para ser embarcado nos navios, e que esse procedimento estaria atrasado. O frete subiu de R$ 60/tonelada para R$ 100/tonelada no deslocamento de Cascavel (PR) para Paranaguá (PR), segundo o executivo. Com a dificuldade de chegar, o silo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está ganhando ainda mais importância como posto intermediário de armazenagem de grãos, ele reforça.
Fregonese alerta, no entanto, para problemas com o avanço da colheita.
– É humanamente impossível escoar toda essa safra. Vai faltar lugar pra colocar milho e, nesses casos, tudo serve de armazém. Caminhão, porto, tudo – informa.