Em 2012 serão cultivados cerca de 12 mil tomateiros plantados por meio do sistema nos municípios de Açú, João Câmara, Jandaíra e Ipanguassu (RN); Ribeirão Preto (SP) e Goiânia e Goianápolis (GO). A comercialização desse produto começa a partir de novembro deste ano.
Apesar de livre da contaminação de agroquímicos, a produção não é orgânica. O processo consiste em tomateiros sustentados por fitilhos plásticos e os frutos envolvidos em sacos de papel. O uso dos fitilhos no lugar das estacas de bambu para a sustentação das plantas permite melhor desenvolvimento dos tomateiros, além de poder ser lavado após o uso – diferente do bambu, utilizado sem higienização prévia e contaminando novas lavouras. A contaminação dos frutos também é impedida pelo uso de um saco feito com papel especial, que serve como barreira física à passagem dos agrotóxicos.
Análises realizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em 2006 atestaram a ausência de resíduos agrotóxicos no tomate produzido com o acompanhamento da Embrapa. Em 2009, a Fiocruz realizou o mesmo exame em uma propriedade que plantou dois mil pés da fruta utilizando o sistema e sem a interferência de pesquisadores, novamente indicando que os frutos eram livres de agrotóxicos.
Outras características referem-se à conservação do solo e o uso eficiente da água. É possível diminuir perdas por erosão do solo e, consequentemente, diminuir a contaminação dos mananciais. Outro benefício se dá por meio da fertirrigação, que proporciona a economia de água e adubos mais solúveis, proporcionando redução de 40% na taxa de adubação, geralmente elevada nas lavouras de tomate.
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Em 1994, o pesquisador José Ronaldo de Macedo iniciou um trabalho com o objetivo de promover a conservação do solo e da água nos sistemas de produção do tomate em propriedades no Estado do Rio de Janeiro. Foram introduzidos o sistema de plantio direto na palha, a fertirrigação, o manejo integrado de pragas (MIP), que racionalizou o uso de inseticidas e fungicidas, e o ensacamento da penca de tomate.
A marca Tomatec já está registrada junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial e frutos produzidos a partir deste sistema serão certificados em breve. Segundo José Ronaldo, pretende-se vincular um preço diferenciado à marca, de modo a assegurar mais renda ao produtor que vender os tomates livres de resíduos agrotóxicos.