A novidade surgiu em Palmares do Sul, município próximo ao litoral do RS. O agricultor Marcelo Mayer criou um sistema que permite monitorar à distância o processo de irrigação da lavoura. A plantação de arroz fica a três quilômetros da sede da fazenda, mas, de dentro do quarto, o produtor tem acesso a tudo o que está acontecendo lá fora. É só programar que o computador faz todo o trabalho.
? No dia-a-dia, o sistema opera completamente independente. Eu não preciso ficar acessando toda hora e nem preciso ficar dando partida no motor, nem desligar. Ele trabalha totalmente sozinho ? explica Mayer.
O investimento foi de R$ 20 mil. O produtor rural instalou uma antena para que o sinal da internet da casa seja captado no local onde sai a água para irrigação. Depois, um outro computador recebe as ordens. Todo o processo é monitorado por quatro câmeras. O sistema também permite o acompanhamento da quantidade de energia que está sendo consumida. A economia nesta safra chegou a 30% na conta de luz. O controle também diminui o desperdício de água na plantação.
? O sistema do Marcelo tem nos trazido um grande benefício, já que nós queremos reduzir o volume de água utilizado na lavoura. Antes, para produzir um quilo de arroz, se utilizava quatro metros cúbicos de água por hectare. Agora, é possível se utilizar um metro cúbico de água para produzir esse mesmo quilo de alimento ? explica o pesquisador do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Elio Marcolin.
O produtor Renato Nunes foi conhecer de perto como funciona este processo. Ele cultiva 350 hectares de arroz em um município vizinho.
? Parece uma ideia muito boa. A gente está aqui olhando para ver se consegue implantar alguma coisa também para reduzir custo ? diz Nunes.
O certo é que Marcelo Mayer pretende ampliar o sistema. Um segundo ponto de captação de água da lavoura também deve ser todo monitorado na próxima safra.
? Em qualquer lugar em que você estiver, até mesmo da praia, você pode acompanhar em tempo integral o que está acontecendo. E é um equipamento que, pelos meus dados, vai se pagar em três anos. Valeu muito a pena, muito a pena mesmo ? defende Mayer.