De acordo com Kososki, atualmente há 16 projetos de produção integrada normatizados no Brasil, incluindo abacaxi, banana, caju, caqui e citros. Estão em desenvolvimento mais 22 cadeias produtivas como ameixa, amendoim, arroz e batata. Ele explica que o sistema foi adotado no país pelos produtores de maçã em 2001 por exigência de certificação de mercados como o europeu. O sistema garante ao consumidor um alimento seguro e com qualidade diferenciada ao produtor. Além disso, diminui o consumo de água, energia, fertilizantes e agrotóxicos, contribuindo para menor impacto ao meio ambiente.
Dados do Ministério da Agricultura comprovam que o sistema possibilitou a redução de 100% na aplicação de fungicidas e inseticidas na plantação de arroz irrigado e de 50% no plantio da batata. A certificação da produção integrada também favoreceu ganhos de 100% na produtividade de batata e café e de 50% no cultivo de maçã. Kososki diz que o sistema pode reduzir em até 25% os custos de produção.
Para o diretor de Sistemas de Produção e Sustentabilidade do Ministério da Agricultura, Sávio Mendonça, existe um grande mercado para produtos com esse tipo de certificação.
? Pesquisa da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) mostra que, até 2050, a produção mundial de alimentos deverá dobrar para atender à demanda. E essa é uma grande oportunidade para o Brasil acessar novos mercado ? explica.
O diretor informa que o país dispõe de tecnologias sustentáveis para o atendimento aos clientes que exigem produtos certificados e o crédito facilitado. Ele mencionou iniciativas como o Programa de Incentivo à Produção Sustentável do Agronegócio (Produsa), que, na safra 2010/2011, tem um R$ 1 bilhão, a juros que variam entre 5,75% e 6,75% ao ano, para financiar recuperação de áreas degradadas e promover o uso de técnicas agrícolas eficientes de preservação do meio ambiente.