A duas semanas do julgamento do STF, lideranças indígenas se reuniram na Câmara dos Deputados para pedir apoio. Em discussão está a demarcação de 1,7 milhão de hectares a nordeste de Roraima. A ocupação da reserva indígena Raposa Serra do Sol por arrozeiros é o principal motivo da polêmica. De acordo com o Ministério da Justiça, o grupo se instalou nas terras da União no início dos anos 90.
Em abril, a Polícia Federal deflagrou a operação Upatakon 3 para tirar os não-índios da reserva, o que acabou aumentando os conflitos na região. O Supremo suspendeu a operação e neste mês vai julgar o processo que questiona o modelo de demarcação da reserva.
Hoje a demarcação da reserva é contínua. Os produtores rurais pedem que a demarcação passe a ser feita em ilhas, com a permanência de não-indígenas no território. O Conselho Indigenista de Roraima é contra e aguarda a decisão da Justiça.
? Nós povos indígenas esperamos que a lei seja positiva para nós. Estamos há mais de 34 anos lutando, sofrendo violência, mas ainda mantendo a calma e acreditando que a justiça julgue a nosso favor ? disse Dejacir de Souza, representante do conselho.
Enquanto isso, o Ministério da Justiça se prepara para o dia seguinte do julgamento do STF. O governo sabe que, independente da decisão, terá trabalho pela frente.
? Estamos preparados para o dia seguinte. Venha o que vier do Supremo, o governo vai aplicar e seguir. Para o governo está na hora de ter um modelo de demarcação de terras indígenas no país ? afirmou Rafael Favetti, consultor jurídico do Ministério.