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SLC Agrícola estima margens menores, mas positivas na safra 2014/2015

Companhia firmou preços de commodities em operações de hedge comerciais e financeirasA SLC Agrícola informou nesta quinta, dia 13, que a expectativa de crescimento em área plantada na safra 2014/2015 em 5,9% ante o ciclo anterior reflete estratégia de longo prazo da companhia. 

Segundo Aurélio Pavinato, diretor presidente, apesar dos preços mais baixos das commodities agrícolas, o ano ainda será de margens positivas. 

– Não vai ser um ano ruim, vai ser de margens menores, mas de margens positivas – afirmou o executivo em teleconferência com analistas para detalhar os resultados do terceiro trimestre. 

Pavinato explicou que, apesar dos preços mais baixos dos produtos agrícolas, os insumos foram comprados a preços competitivos, o que ajuda na manutenção das margens da companhia. No resultado geral da safra, o crescimento no custo de produção será de 1,8%, apesar da valorização do dólar ante o real, que eleva o preço dos insumos importados, e da inflação acumulada no período.  

Segundo estimativa da companhia, o custo da lavoura de soja deve ficar em R$ 2.025 por hectare, 2% acima do realizado na temporada 2013/2014. O custo do algodão de primeira safra deve subir 2,2%, para R$ 5.865 por hectare, enquanto a segunda safra da pluma deve registrar queda no custo de 1,8%, para R$ 4.292 por hectare. As lavouras de milho de primeira e segunda safra devem apresentar custos 0,5% e 0,9% superiores, respectivamente, de R$ 2.712 por hectare e R$ 1.487 por hectare. Um dos insumos que apresentaram redução de preços, segundo Pavinato, foi o fertilizante. 

– Nosso custo com fertilizante caiu porque conseguimos negociar nos momentos em que os preços estavam mais baixos – exemplificou.

A área cultivada pela companhia em 2014/2015 deverá somar 363,8 mil hectares, dos quais 208,35 mil hectares com soja, 83,65 mil hectares com algodão primeira safra, 14,97 mil hectares destinados ao algodão de segunda safra, 4,96 mil hectares de milho verão e 33,97 mil hectares de milho safrinha. Na área total de milho, a redução é de 23,9%.

Apesar do atraso no cultivo da safra de verão nas principais regiões produtoras do país, o executivo afirmou que a companhia está conseguindo cumprir a janela ideal de semeadura em suas propriedades. 

– Conseguimos cumprir a meta de plantio da soja precoce em Mato Grosso – disse Pavinato. Na Bahia, segundo ele, as chuvas estão regulares e o plantio da soja deve avançar até o fim do mês. Em dezembro, até o dia 20, o algodão deverá ser semeado. Ele disse ainda que no Maranhão houve algum atraso nas chuvas, mas há expectativa de cumprir a janela de plantio, também até o fim de novembro.

Ainda sob a perspectiva de manutenção da rentabilidade da produção na próxima temporada, Pavinato lembrou que a companhia tem 70% da safra de soja hedgeada (entre operações comerciais e financeiras) a US$ 11,83 por bushel, acima dos atuais preços de mercado. Hoje, a soja janeiro é negociada na Bolsa de Chicago a US$ 10,49 por bushel. 

– O preço médio que temos é porque nós nos antecipamos. Quando a soja baixou de US$ 12 por bushel (em Chicago), nós já tínhamos vendido cerca de 30% da produção. A outra parte, fizemos nos picos de preços do último mês – explicou o executivo. 

No caso do algodão, entre hedge comercial e financeiro, a companhia negociou 43,4% da produção a 77,10 centavos de dólar por libra-peso. O algodão é negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures) a 60,08 cents/lb no contrato março. Segundo Pavinato, a companhia tem boa parte da produção de milho travada, mas não divulgou números. 

– Nós já conseguimos fazer hedge de milho, que em anos anteriores não tínhamos conseguido – explicou. 

Compra de terras

Pavinato afirmou ainda, que espera oportunidade de compra de novas terras no próximo ano, em meio ao cenário de preços mais baixos de commodities agrícolas. 

– Com certeza o ano que vem vai ser um ano bom de negociar terras – disse.

O executivo lembra que a firme demanda impede que os preços da terra, historicamente, recuem, mas eles ficam estáveis. Segundo ele, no entanto, nesses momentos, produtores menores se mostram dispostos a vender propriedades. 

– Como sempre tem produtor com dificuldade financeira, acaba sendo momento bom para comprar – disse.

Por meio da LandCo, empresa de terras da SLC, há planos de ampliação da área de plantio em 35 mil hectares agricultáveis. Em área total, o portfólio de terras da SLC e da LandCo soma 304.033 hectares. 

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