Com pequenas diferenças na forma de aplicação, os novos planos de socorro se focam em três tipos de medidas: a oferta de garantias públicas a empréstimos entre bancos privados, o reforço do capital próprio das instituições financeiras por meio do aumento de capital estatal e aumento do valor segurado para os correntistas.
Em comum, um objetivo: recuperar a confiança perdida pelo desconhecimento sobre a exposição de cada banco às perdas com títulos podres e, assim, devolver a normalidade às transações entre as entidades.
Altas de dois dígitos em mercados em que esse padrão de comportamento é raro ? o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, saltou 11,08%, e o de São Paulo avançou 14,66% ? deram o sinal mais evidente do alívio. Até os habitualmente sisudos relatórios de bancos, porém, revelavam o tamanho do fôlego. “Nós estamos muito satisfeitos ou, melhor, imensamente aliviados com o fato de que a zona do euro chegou a um plano para combater o atual estresse financeiro”, afirmava o relatório do BNP Paribas divulgado nessa segunda. “Nós saudamos sinceramente o fato de que alguma coisa foi feita, finalmente.”
Embora tenham provocado euforia no mercado de ações, os resgates talvez não tenham poder de impedir a desaceleração econômica ou mesmo uma forte retração global.
? Ninguém pode esperar que essas medidas possam evitar a recessão. As forças da contração econômica já estão em movimento há muito tempo devido à crise de crédito ? advertiu Mike Lenhoff, estrategista-chefe da Brewin Dolphin Securities em Londres.
Ou seja, a consistência do programa conjunto dos países europeus será testada diariamente nas bolsas de valores e na economia real. A partir daí, será possível saber se o fundo do poço foi atingido e o planeta emergirá para a recuperação.