O controle da umidade interna armazéns e silos é um dos grandes problemas enfrentados no período de estocagem da safra. O excesso ou a falta de umidade comprometem a qualidade dos grãos e podem causar prejuízos para o produtor. Além das grandes indústrias, as universidades tem contribuído com soluções para o campo, através do apoio a profissionais que sabem como unir várias ciências e gerar um projeto original.
A Incubadora Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina abriga empresas iniciantes no setor e oferece estrutura física e suporte legal para que elas se desenvolvam. E tem funcionado. Um programa de computador desenvolvido na Incubadora surge como uma promessa para controle e economia de energia nos sistemas térmicos e de aeração de unidades armazenadoras, o que pode levar também a menos perda de grãos.
O software utiliza informações geradas tanto pelo sistema de termometria das unidades, como pela estrutura responsável pela aeração. Ou seja, ele converte dados já existentes em novos comandos. Foi planejado para atender aos cereais mais importantes no mercado. Depois de selecionar o produto se verifica o nível de umidade de uma amostra. Em seguida é registrada a porcentagem de umidade desejada. Com esses dados, o programa calcula a potência em que o motor do sistema de aeração vai trabalhar e aumenta ou reduz sua velocidade, conforme a variação das condições internas e externas do ambiente.
? Com todos esses dados e mais a condição do produto dentro do silo o software envia os sinais para os inversores de frequência para que eles operem na rotação adequada para essa condição do produto ? explica o empresário Leandro Martini Chagas.
O software foi apresentado em uma feira paranaense de novidades tecnológicas. Uma empresa de Londrina ligada a armazenagem e uma multinacional de motores gostaram porque o programa potencializa os equipamentos que elas instalam. O sistema está em implantação em silos no Rio Grande do Sul e logo entra em operação em unidades de Ponta Grossa, no sul do Paraná.
? Em um silo cheio com 100 mil sacas de soja ele tem aproximadamente, nos valores de hoje, R$ 4,3 milhões em produto ali. Se fazendo esse controle da rotação de motores ele deixar de perder 1% de umidade já são R$ 43 mil de economia nesse produto. Sem contar que nosso principal objetivo nem é esse, é o controle de energia, que hoje as empresas estão procurando essa questão de eficiência energética ? relata o empresário Alex Rezende.