As cotações do farelo e do óleo de soja ficaram em lados opostos em Mato Grosso em junho, com o primeiro registrando o pior nível no mês e o segundo tendo o maior preço médio da parte inicial do ano. A análise é do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A explicação para estes movimentos está na demanda. No caso do farelo, embora o primeiro semestre seja focado à exportação, as vendas ficaram abaixo do esperado neste ano, levando o produto a desvalorizar 6% desde janeiro, a R$ 900 a tonelada em junho.
O óleo de soja, por sua vez, registrou no mês passado um ganho de 4% no primeiro semestre, com cotação média de R$ 2,198 mil a tonelada, porque a demanda interna está aquecida, principalmente para a produção de biodiesel.
Para o segundo semestre, o Imea acredita que as cotações do farelo e do óleo convergirão, diante do deslocamento da produção ao mercado interno.
Custo
Os custos produtivos da safra 2015/2016 em Mato Grosso estão acima dos registrados na temporada passada, segundo o boletim do Imea.
No ano passado, os produtores despenderam, em média, 31,3 sacas por hectares em junho para conseguirem cobrir os custos com insumos. Para o custo total, a média era de 51,9 sacas por hectare. Na safra 2015/2016, para cobrir os custos, os produtores estão tendo que gastar, na média, 3,7 sacas por hectares a mais que no período anterior.
Apesar do encarecimento, os contratos para entrega em março de 2016 estão valorizados. A média das cotações deste mês atingiu R$ 53,01 por saca, superando em R$ 8,92 saca a média de junho de 2014.
– Como a tendência de médio prazo continua sendo de queda para o mercado internacional da soja, patamares como estes para a temporada 2015/16 devem ser muito bem analisados pelos produtores mato-grossenses – diz o Imea.