De acordo com o coordenador de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Salomão Quadros, o câmbio não dará novos pulos.
– Agora estamos entrando em uma nova rodada de outros impactos. O câmbio já está na faixa de R$ 2, mas não está dando novos pulos. Pode haver algum efeito retardatário, mas, no IPA, o impacto já está quase todo absorvido – afirmou Salomão.
A soja voltou a ficar mais cara no mercado externo, devido a problemas climáticos nos Estados Unidos, que devem prejudicar a safra. Os preços da soja no IPA-DI subiram 6,39% em junho, após uma alta de 7,55% em maio.
– A soja estava desacelerando, mas subiu nos últimos dez dias de junho. Nas regiões produtoras, a soja tem subido diariamente. Nas próximas divulgações, o grão provavelmente vai estar com taxas mais altas – previu Quadros.
A inflação do complexo soja, que inclui grão, farelo, óleo bruto e óleo refinado, saiu de 7,46% do IPA-DI de maio para 5,89% no IPA-DI de junho. Como resultado, o complexo soja respondeu por 53,94% da taxa de 0,89% do IPA-DI em junho.
Os combustíveis também ficaram mais caros no atacado, embora o reajuste de 7,83% anunciado pela Petrobras só tenha ocorrido no dia 22 de junho. Os combustíveis para consumo saíram de uma queda de 0,19% em maio para um aumento de 1,43% em junho. A gasolina já ficou 2,56% mais cara. Os combustíveis e lubrificantes para a produção saíram de uma alta de 0,48% em maio para 1% em junho. O óleo diesel, que teve reajuste anunciado de 3,94% pela Petrobras, subiu 1,31% no IPA-DI de junho.
– A gasolina é um dos fatores importantes para explicar porque a desaceleração do IPA está perdendo força. A prévia do IGP-M de julho vai mostrar melhor esse impacto. A soja e os combustíveis são os ingredientes mais potentes para impulsionar o IPA. – afirmou Quadros.
No IPA-DI, o óleo diesel tem um peso de 2,72%, enquanto a gasolina pesa 1,48%.