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Notícias - Soja Brasil

Soja: Conab prevê quebra maior no RS, mas aumento de produção para o Brasil

Entidade corta 1,2 milhão de toneladas do total de produção dos gaúchos, mas acredita que mesmo assim país colherá 124,2 milhões de toneladas, 1 milhão a mais ante fevereiro

A produção brasileira de soja em 2019/2020 deverá atingir 124,2 milhões de toneladas, segundo o 6º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Isso representa um incremento de 1 milhão de toneladas ante a previsão realizada em fevereiro (123,2 milhões de toneladas). Vale ressaltar, que o aumento é esperado mesmo com a revisão para baixo da produção do Rio Grande do Sul.

As 124,2 milhões de toneladas de soja agora previstos pela Conab, representam um aumento de 8% sobre a temporada anterior, quando foram colhidas 115 milhões de toneladas e um recorde histórico para o país.

“A produção será um recorde na série histórica, sobretudo pelas melhores condições climáticas nesta safra, que apresentou um começo difícil, com a semeadura ocorrendo de maneira desuniforme em diversos estados produtores em virtude do atraso das chuvas”, afirma a entidade.

A entidade indica uma área plantada de 36,8 milhões de hectares, com um aumento de 2,6% sobre o ano anterior, quando foram semeados 35,8 milhões de hectares. A Conab trabalha com uma produtividade média nacional de 3.373 quilos por hectare, com ganho de 5,2% sobre o ano anterior.

Revisão no Rio Grande do Sul

O aumento na perspectiva de produção nacional acontece mesmo com a revisão para baixo da produção do Rio Grande do Sul. E, não foi uma revisão qualquer, afinal o estado deve produzir agora 16,8 milhões de toneladas. Ou seja, 1,2 milhão de toneladas a menos que as 18 milhões de toneladas previstas em fevereiro.

Se isso se confirmar, a quebra no estado se comparada as 19,1 milhões de toneladas da safra 2018/2019, será de 12%.

“No Rio Grande do Sul, fevereiro apresentou chuvas abaixo do esperado, agravando a situação das lavouras, que sofrem com estiagem desde o início de dezembro. Mais um agravante nessa situação foi a ocorrência de altas temperaturas, que contribuíram para a redução da produção, 12% abaixo da obtida em 2018/2019”, afirma a Conab.

Quem está compensando as perdas do RS

Entre os estados, a revisão da Conab apontou que os maiores incrementos na produção devem acontecer no Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso, todos com mais de 500 mil toneladas a mais ante fevereiro. Dos 20 estados acompanhados, 12 tiveram suas perspectivas de safras revisadas para cima, somando mais de 2,1 milhões de toneladas (em fevereiro somavam 83,2 milhões de toneladas e agora em março somam 85,4 milhões de toneladas).

Mato Grosso lidera com a maior produção nacional na temporada e maior incremento em relação as previsões de fevereiro. Agora em março o estado teve sua produção revisada para 34,7 milhões de toneladas, 7,2% a mais ante as 32,4 milhões de toneladas de 2018/2019. Em fevereiro a perspectiva era de que o estado conseguisse produzir 34,2 milhões de toneladas.

A perspectiva para o Paraná também é um destaque e foi revista agora em março para 20,5 milhões de toneladas, um recorde absoluto. Esse total representa um aumento de 26,2% ante a safra 2018/2019, afetada por conta do clima.

“Nas lavouras do Paraná, as chuvas ocorreram de forma regular em quase todo o ciclo dessa cultura, porém, nas últimas duas semanas, houve déficit hídrico, que pode prejudicar o rendimento das lavouras em fase de frutificação. Cerca de metade das lavouras foram colhidas apresentando ótimas produtividades e qualidade de grãos”, afirma a entidade.

Os números de crescimento do Paraná de uma safra para a outra só não superam os de São Paulo, que deve produzir quase 30% a mais nesta temporada. A perspectiva de março da Conab aponta que o estado deverá produzir até 3,9 milhões de toneladas, ante as 3 milhões de toneladas do ano passado.

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